Francisco dirigiu telegramas aos presidentes da Itália, Suíla e França, sobrevoados pelo voo papal, e na mensagem ao chefe de Estado gaulês, François Hollande, deixou votos de que, no centenário do começo da I Guerra Mundial, a Europa viva em "paz e prosperidade".
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schultz, foi um dos promotores da visita e escreve, num texto publicado pelo jornal do Vaticano, que a Igreja “sempre apoiou a Europa no seu crescimento, mas contribuiu também de modo crucial para a sua reunificação”, rejeitando que esta viagem fira a laicidade da União Europeia.
“A visita do Papa Francisco não é um ataque à laicidade das instituições europeias. Laicidade não significa dizer falta de diálogo. Laicidade não significa negar o pluralismo sobre o qual a Europa de funda. Laicidade significa autonomia, imparcialidade, garantia e liberdade, não introspeção”, precisa.
Martin Schultz considera que a visita do Papa Francisco ajudará a “estimular os europeus a questionar-se acerca do sentido mais profundo” da União Europeia.
“Em 1988 João Paulo II falava aos deputados de doze países, eleitos em representação de 330 milhões de cidadãos. O Papa Francisco falará a eurodeputados provenientes de vinte e oito países, que representam mais de 500 mil milhões de pessoas. A esperança que João Paulo II contribuiu a concretizar hoje está completada”, refere.
O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, assinalou em conferência de imprensa que a visita tem como destinatária “a Europa” e não terá qualquer conotação pastoral ou religiosa, dado que Francisco vai regressar à França em 2015, para uma visita apostólica.
A intervenção no Parlamento Europeu está prevista para as 10h30 locais (menos uma em Lisboa).
Segue-se a visita ao Conselho da Europa, com novo discurso de Francisco, marcada para as 12h05, última paragem antes do regresso a Roma, pelas 13h50.
No intervalo entra as intervenções, o Papa vai encontrar-se com o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, presidente de turno do Conselho da União Europeia, Jean Claude Junker, presidente da Comissão Europeia, e Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu.
Francisco vai ser recebido no Conselho da Europa por Thorbjorn Jagland, secretário-geral da instituição, e pela presidente suíça da assembleia parlamentar, Anne Brasseur, antes de falar nesta organização internacional fundada a 5 de maio de 1949, a mais antiga instituição europeia em funcionamento, com 47 Estados-membros.
Além dos representantes diplomáticos da Santa Sé junto das duas instituições europeias, a comitiva papal inclui o cardeal húngaro D. Peter Erdo, presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e o cardeal alemão D. Reinhard Marx, presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (Comece).
Esta é a segunda viagem internacional do atual pontificado na Europa, após a visita à Albânia, no dia 21 de setembro.
Como tem sido habitual, Francisco deslocou-se na tarde de segunda-feira à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para um momento de oração antes da viagem, informou o Vaticano.