O cardeal é acompanhado nesta viagem por Monsenhor Robert Vitillo, consultor especial para a saúde da Cáritas Internacional. A Igreja, incluindo a Cáritas, as Congregações religiosas e as outras organizações de inspiração católica, etiveram desde o início na primeira linha procurando dar uma resposta à crise sanitária provocada pelo virus Ebola, recordou Mons. Vitillo, acresentando que “para além de fornecer assistencia sanitária para outras doenças e de estabelecer severos procedimentos de controlo das infecções e áreas de detecção, a Igreja, para prevenir a transmissão do vírus no âmbito sanitário, mobilizou a resposta e a formação das comunidades a fim de envolver o clero e os grupos paroquiais locais num renovado esforço tendente a pôr termo à difusão deste vírus mortal” .
O Cardeal Turkson observou por seu lado que o impacto da epidemia vai muito para além do sector sanitário: “O encerramento de empresas e de outros serviços criou o caos nas economias já frageis desses países”. Os peritos – continuou o cardeal - “informam-nos que os custos sociais são muito graves, pois que as escolas estão fechadas, as gravidezes precoces aumentam, assim como também pequenos crimes ligados ao facto de os jovens, sem nada para fazer, estarem a vagabundarm pelas ruas. Os órfãos de Ebola são muitas vezes recuzados pelos membros da família alargada, mesmo quando considerados livres do vírus.”
O Cardeal Peter Turkson pôs também em realce “a necessidade de ajudar os sacerdotes e os outros operadores pastorais a satisfazer as necessidades espirituais dos doentes de Ebola e dos seus entes queridos. Devemos curar a pessoa na sua integralidade, não só o corpo” – afirmou. Embora haja nesses países “a política do “não tocar”, os operadores pastorais podem rezar com os doentes, mantendo a devida distância de segurança, dar-lhes conselhos, abençoá-los e celebrar os ritos fúnebres, que aliás, devem ser coordenados por equipas especializadas em questões de sepultura”.
O Cardela Turkson recordou ainda que “o Papa Francisco já exprimiu em diversas ocasiões a sua profunda preocupação pelas pessas atingidas pela doença do Ebola e pelos seus familiares.” Espero – concluiu o cardeal – exprimir a solidariedade do Papa e de toda a Igreja.
Na audiencia geral do dia 24 de Outubro o Papa Francisco disse:
“Perante o agravar-se da epidemia de Ebola, desejo exprimir a minha viva preocupação por esta implacável doença que se está a difundir especialmente no Continente africano, sobretudo entre as populações mais pobres. Estou próxim, com afecto e oraçã, às pessoas atingidas, assim como também aos médicos, enfermeiros, voluntários, institutos religiosos e às associações, que se prodigiam heroicamente para socorrer estes nossos irmãos e irmãs doentes. Renovo o meu apelo, a fim de que a comunidade internacional ponha em acto todos os esforços necessários para debelar o vírus, aliviando concretamente os sofrimentos de quantos são tão duramente provados”.