No ano passado apareceram quatro sem-abrigo na Casa de Santa Marta, no Vaticano, para tomar o pequeno-almoço com ele. Vieram dar-lhe os parabéns e, no final, tiraram um retrato onde se via também um cão de pêlo amarelo, fiel companheiro daqueles sem-abrigo das ruas de Roma.
Desta vez, para assinalar os 78 anos, Francisco almoça com todos os funcionários desta mesma casa onde vive desde que foi eleito Papa. E já fez saber que "vai ser um dia totalmente normal, como todos os outros".
Muito normal não será porque o seu aniversário, desta vez, coincide com a Audiência Geral e, tendo em conta o habitual entusiasmo com que os fiéis o acolhem, será difícil não se ouvir nesta quarta-feira o "parabéns a você" na Praça de São Pedro.
Aliás, ali mesmo ao lado, a poucos metros de distância, na Piazza Risorgimento, os argentinos também lhe preparam um presente inédito. Como o Papa argentino, quando era novo, gostava de tango, mas preferia dançar a milonga, sete mil dançarinos vão interpretar o ritmo preferido de Bergoglio. Será a maior exibição de sempre desta dança.
Além desta exibição, Francisco será hoje certamente inundado de mensagens de parabéns.
Da minha parte, recordo a nossa pequena conversa no regresso da última viagem à Turquia, a bordo do avião, quando lhe disse que aquela era a minha octogésima viagem com o Papa.
- "Octogésima? Tão jovem?", disse ele.
- "Jovem? Olhe os meus cabelos brancos!", respondi.
- "Isso não quer dizer nada!", exclamou, sorridente.
Pois não, pensei eu, olhando para os seus cabelos... Obrigada, Santo Padre, pelo seu coração jovem!