Papa pede «denúncia» e «combate» à escravidão

Papa pede «denúncia» e «combate» à escravidão

O Papa Francisco apelou este Domingo à "denúncia" e ao "combate" às novas formas de escravidão, reconhecendo a importância de aumentar a "consciencialização" sobre o fenómeno.

"Todos somos chamados a denunciá-las e a combatê-las, formando as consciências para um mal que muitos querem ocultar por ser «escandaloso e politicamente incorreto». Ninguém gosta de admitir que na sua própria cidade, região ou nação existem novas formas de escravidão, mas sabemos que esta chaga encontra-se em quase todos os países. Temos que denunciar este terrível flagelo e a sua gravidade”, disse Francisco aos participantes na assembleia plenária das Academia das Ciências Sociais, que se reúnem no Vaticano até ao próximo dia 21.

O trabalho desta Academia centra-se no estudo de novas formas de escravidão para erradicar o tráfico de seres humanos, colocando-se ao serviço dos mais marginalizados e excluídos.

Francisco quis lembrar aqueles que sofrem a "tragédia das formas modernas de escravidão, do trabalho forçado, da prostituição, do tráfico de órgãos, das drogas".

O Papa sublinhou aos presentes a importância do poder legislativo no combate à escravidão e tráfico de pessoas, apontando a importância de "levar os traficantes à justiça e aplicar seus lucros na reabilitação das vítimas".

“Devem ser impostas penas mais adequadas aos cúmplices deste mercado desumano. Devemos melhorar as formas de recuperação e inclusão social das vítimas, atualizando também as normas do direito ao asilo".

Dirigindo-se aos presentes no encontro, o Papa não esqueceu o papel que o "sistema económico global dominado pelo lucro", provoca, desenvolvendo "novas formas de escravidão, de certa forma, piores e mais desumanas do que as do passado".

Na audiência Francisco apelou às autoridades para que "tomem consciência desta tragédia" que, afirma o Papa, "constitui um retrocesso para a humanidade".