O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira 20 de abril os bispos do Gabão em visita “ad Limina apostolorum”. No seu discurso o Papa começou por agradecer ao presidente da Conferência episcopal gabonesa D. Mathieu Madega Lebouakehan e a cada um dos bispos presentes pelos sentimentos de fiel comunhão com o Sucessor de Pedro e pelo seu zelo pastoral. Neste ano jubilar que comemora diversos momentos da vida da Igreja no Gabão, como os 170 anos da sua fundação, o Papa quis saudá-los e com eles também saudar e encorajar os sacerdotes, religiosos e religiosas, os outros agentes pastorais que com eles colaboram e também os fiéis leigos das dioceses, com os quais se une na oração de acção de graças.
O Papa referiu-se em seguida aos missionários que anunciaram o Evangelho por vezes em condições heróicas, mas também aos primeiros cristãos do Gabão, que acolheram a Boa Nova da salvação com coração generoso, dizendo que eles são pioneiros da sua igreja local, aos quais se devem inspirar na acção pastoral e no anúncio do Evangelho, como mensagem de paz, alegria, salvação.
O Papa Francisco falou também da importância de uma autêntica fraternidade dentro da Conferência episcopal para que a palavra de Deus seja entendida e acolhida e para o crescimento da Igreja. A colaboração fraterna, reiterou o Papa, deve permitir responder melhor às necessidades e também os desafios da Igreja e vigiar em espírito de colegialidade para o bem comum de toda a sociedade.
A unidade do presbitério em torno do seu Bispo, disse ainda o Papa, é exemplar para dar aos fiéis o sentido da Igreja como família de Deus. Tal unidade se deve traduzir no desejo real de se imunizar contra a ameaça perniciosa das considerações tribais e étnicas discriminatórias que são uma negação do Evangelho. O espírito de comunhão se exprime de uma maneira especial na atenção fraterna para a vida e a missão dos sacerdotes, através de um diálogo constante e preocupando-se pela sua formação permanente, sem excluir os jovens candidatos à vida sacerdotal e religiosa que devem encontrar um lugar privilegiado no coração do pastor.
Os religiosos e as religiosas têm igualmente direito a uma atenção especial dos bispos, disse o Papa, retomando o que tem dito noutras ocasiões neste ano dedicado à vida consagrada, ou seja, que este ano seja uma oportunidade para acolher cordialmente e com alegria a vida consagrada como um capital espiritual para o bem de todo o Corpo de Cristo, e não apenas as famílias religiosas.
O Papa também encorajou os bispos gaboneses a continuarem na sua preocupação de despertar nos leigos o sentido da sua vocação cristã, incentivando-os a desenvolver os seus carismas para coloca-los ao serviço da Igreja e da sociedade, pois uma contribuição significativa para a vitalidade da Igreja nas dioceses vem do zelo de muitos fiéis leigos empenhados em vários níveis na vida das comunidades. Daí a importância da formação humana e cristã dos leigos e de uma pastoral juvenil que dê aos jovens o verdadeiro rosto de Cristo, seu amigo e guia na luta contra as ideologias, as seitas e as ilusões de uma falsa modernidade e as miragens das riquezas materiais.
E o Papa Francisco terminou o seu discurso encorajando os bispos a não hesitar em levantar a voz para defender a pessoa humana e a sacralidade da vida. Neste tempo de preparação para o próximo Sínodo dos Bispos sobre a família, disse a concluir, convido-vos a rezar e pedir orações para a sua boa realização, para o bem de todas as famílias. E invocou sobre eles a intercessão de Nossa Senhora do Gabão e a todos deu a sua bênção apostólica, penhor de abundantes graças divinas para eles e para toda a igreja no seu País.