O Papa Francisco recebeu na Sala Clementina do Vaticano, os participantes no encontro promovido pela “Fundação para o desenvolvimento sustentável” sobre justiça ambiental e mudanças climáticas. Depois de saudar e agradecer aos organizadores do Meeting, no seu discurso o Papa reiterou antes de tudo a importância do tema, pois o clima é um bem comum, disse, hoje gravemente ameaçado como se pode ver nos fenómenos como as mudanças climáticas, o aquecimento global e o aumento dos eventos meteorológicos extremos. E o Papa explicou como e porque nos devemos ocupar deste tema:
“Não podemos esquecer as graves implicações sociais das alterações climáticas: são os mais pobres que sofrem as suas consequências com maior dureza! Por isso – como justamente destaca o título deste Encontro - a questão do clima é uma questão de justiça; e também de solidariedade, que nunca deve ser separada da justiça. Está em jogo a dignidade de cada pessoa, como povos, como comunidades, como mulheres e homens”.
A ciência e da tecnologia colocam nas nossas mãos um poder sem precedentes, reconhece Francisco, mas é também nosso dever para com toda a humanidade e em particular para com os mais pobres e as gerações futuras utilizar este poder para o bem comum. E, apesar das muitas contradições do nosso tempo, temos suficientes razões para alimentar a esperança de consegui-lo, e devemo-nos guiar por esta esperança, diz o Papa, convidando cada qual a participar em acções que transmitem vida:
“Como podemos exercer a nossa responsabilidade, a nossa solidariedade, a nossa dignidade de pessoas e cidadãos do mundo? Cada qual é chamado a responder pessoalmente, na medida que lhe compete e em base no papel que ocupa na família, no mundo do trabalho, da economia e da pesquisa, na sociedade civil e nas instituições. Não avançando receitas improváveis: ninguém as tem! Mas oferecendo, pelo contrário, o que entendeu ao diálogo e aceitando que o próprio contributo seja questionado: a todos pede-se uma contribuição em vista de um resultado que só pode ser fruto de um trabalho comum”.
E este encontro – no qual participam exponentes de relevo de ‘mundos’ diversos (religião e política, actividade económica e pesquisa científica em muitos sectores, organizações internacionais e aquelas envolvidas na luta contra a pobreza) - é um claro exemplo da prática deste diálogo, reiterou Francisco, única via para enfrentar os problemas do nosso mundo e procurar soluções verdadeiramente eficazes.