A Secretaria executiva da Comissão Episcopal da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes de Angola e São Tomé (CEPAMI) está preocupada com fraca cultura de denúncias de casos de tráfico de seres humanos no nosso país.
Com objectivo de sensibilizar as comunidades a CEPAMI promove esta Quinta-feira 30, no centro sócio pastoral São João Paulo IIº, diocese de Caxito uma Conferência sobre consciência moral e defesa dos direitos humanos dos migrantes e refugiados.
A irmã Carla Luísa Frei secretaria executiva da CEPAMI fala sobre o trabalho de sensibilização da comissão.
“ As 3 Dioceses, Luanda, Caxito e Viana, vão ter esse trabalho de sensibilização do tráfico de seres humanos, principalmente o público mais vulnerável, que são as mulheres e crianças que estão mais propensos a esse tipo de crime e sensibilizar as questões dos direitos humanos e das denúncias e falar mais do tema que é pouco divulgado”.
Irmã Carla adiantou ainda que existe muitos casos que por causa do medo é pouco denunciado, e alertou para que as pessoas não deixam de fazer as denúncias nas esquadras policiais.
“ Muitas vezes as pessoas estão amedrontadas de denunciar ou muitas vezes são coniventes, porque é um crime muito bem articulado, organizado”.
De salientar que o tráfico de seres humanos é um crime muito mais rentável a nível do mundo e gera aproximadamente 31 biliões de lucro e só perde para o tráfico de droga, acrescentou a secretaria executiva da CEPAMI irmã Carla Luísa.
Em entrevista concedida esta semana a televisão pública o director nacional para os direitos humanos do ministério da justiça Yanick Bernardo revelou que nos últimos 8 anos foram registados 140 casos de tráfico de seres humanos.
“ E destes 140 casos já temos julgados 29% desses casos, tendo verificado um número de 3 absolvições e os restantes resultaram em condenações”.
Neste ano de 2023, as autoridades conseguiram trazer de volta 2 vítimas de tráfico de seres humanos e o impedimento de outras 3 que fossem traficadas.