O Papa disse no Vaticano que a solenidade da Imaculada Conceição deve questionar cada católico sobre as suas prioridades e o espaço que dá à Deus na sua vida.
“Contemplando esse mistério, podemos perguntar-nos: no nosso tempo, agitado por guerras e concentrado no esforço de possuir e dominar, onde coloco eu a minha esperança? Na força, no dinheiro, nos amigos poderosos? Coloco aí a minha esperança ou na infinita misericórdia de Deus?”, perguntou, desde a janela do apartamento pontifício.
“E diante dos modelos falsos, brilhantes, que circulam nos media e na Internet, onde procuro a minha felicidade? Onde está o tesouro do meu coração?”, prosseguiu.
Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco apresentou uma reflexão sobre a passagem do Evangelho de Lucas em que o Arcanjo Gabriel anuncia a Maria que vai ser mãe de Jesus, “um dos momentos mais importantes da história da humanidade”.
“É uma cena que desperta a maior admiração e emoção porque Deus, o Altíssimo, o Todo-Poderoso, por meio do Anjo, dialoga com uma jovem de Nazaré, pedindo a colaboração dela para o seu plano de salvação”, indicou.
Como na cena da criação de Adão, pintada por Michelangelo na Capela Sistina, em que o dedo do Pai celeste quase toca aquele do homem; também aqui o humano e o divino se encontram, no início da nossa Redenção, encontram-se com uma delicadeza maravilhosa, no instante abençoado em que a Virgem Maria pronuncia o seu sim”.
O Papa destacou que, por vontade de Deus, “uma mulher de uma pequena cidade periférica é chamada, para sempre, para o centro da história”.
“Maria, como a saúda o Arcanjo Gabriel, é a cheia de graça, a Imaculada, inteiramente ao serviço da Palavra de Deus, sempre com o Senhor, ao qual se confia completamente”, acrescentou.
Francisco apontou ao próximo Jubileu, que se inicia com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, a 24 de dezembro.
“Abramos as portas dos nossos corações e mentes ao Senhor Jesus, que nasceu de Maria Imaculada, e imploremos a intercessão da Mãe”, declarou.
“Dou-vos um conselho: hoje é um belo dia para decidir fazer uma boa Confissão”, recomendou, sublinhando que “o Senhor perdoa tudo, tudo”.
O Papa falava aos peregrinos depois de ter presidido à Missa, com os novos cardeais, esta manhã, na Basílica de São Pedro.
Após a oração do ângelus, Francisco mostrou-se solidário com vários grupos de trabalhadores italianos, que defendem o seu emprego.
“É um direito à dignidade. Que não lhes seja tirado o trabalho por razões económicas ou financeiras”, apelou.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.
Francisco cumpriu a tradicional homenagem à Imaculada Conceição, no centro de Roma.
OC