Ao meio dia, da janela dos seus aposentos do Palácio Apostólico, o Papa recitou a oração mariana do Angelus, a primeira depois do regresso da África onde efectuou de 17 a 23 deste mês a sua primeira viagem apostólica ao continente africano com etapas nos Camarões e Angola.
Dirigindo-se aos milhares de pessoas congregadas na Praça de São Pedro o Santo Padre abençoou as sementes espalhadas em terras africanas sublinhando que já não é hora de palavras e discursos.
Mais do que um auspicio , uma admoestação a uma real e radical mudança que leve a fazer germinar e crescer uma nova humanidade, livre do domínio do pecado e capaz de viver em fraternidade, segundo o exemplo do Evangelho e pensando nos desafios que marcam o caminho da Igreja no continente africano, mas também em todas as partes do mundo.
O Papa agradeceu a todos aqueles que colaboraram no bom êxito da sua viagem apostólica reservando-se as reflexões mais aprofundadas para a audiência geral da próxima quarta feira, manifestando a emoção profunda que provou no encontro com as comunidade católicas e as populações dos Camarões e de Angola. O Santo Padre sublinhou dois aspectos: “ a alegria visível no rosto da gente de sentir-se parte da única família de Deus e o forte sentido do sagrado que se respirava nas celebrações litúrgicas .
A visita permitiu-me ver e compreender melhor a realidade da Igreja em África na variedade das suas experiencias e dos desafios que se encontra a enfrentar neste tempo.
Citando depois o Evangelho deste Domingo, Bento XVI recordou as palavras de Jesus antes da paixão:”se o grão de trigo cair na terra e não morrer, fica só ele; mas se morrer, dá muito fruto”.
Já não é hora de palavras e de discursos, na liturgia pascal e para a África – afirmou depois o Papa – chegou a hora decisiva, para a qual o Filho de Deus veio a este mundo e não obstante a sua alma esteja perturbada, ele dá a sua disponibilidade para realizar até ao fundo a vontade do Pai, que é dar a vida eterna a nós que a perdemos.
Uma redenção que o Papa deseja para a África onde, numa grande festa de fé experimentámos que esta nova humanidade está viva, embora com os seus limites humanos.
Depois da recitação do Angelus o Papa quis saudar os numerosos africanos que vivem em Roma, entre os quais muitos estudantes, hoje presentes na Praça de São Pedro para levar a sua solidariedade ao papa objecto de ataques dos media e de expoentes de governos da União Europeia pela sua frase sobre a SIDA.
“Caríssimos, quisestes vir aqui manifestar alegria e reconhecimento pela minha viagem apostólica á África. Agradeço-vos de coração, Rezo por vós, pelas vossas famílias e pelos vossos países de origem”.
Bento XVI anunciou também que na próxima quinta feira dia 2 de Abril com inicio ás 18 horas presidirá na Basílica de São Pedro a Santa Missa por ocasião do 4º aniversario da morte do seu amado predecessor o Servo de Deus João Paulo II.