Papa pede aos participantes da JMJ a permanecer junto dos menos favorecidos

p12010000O Papa Bento XVI pediu a centenas de milhar de participantes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que não passem ao largo do sofrimento. No discurso com que concluiu a via-sacra realizada no centro de Madrid, o Papa afirmou: "Queridos jovens, que o amor de Cristo por nós aumente a vossa alegria e vos anime a permanecer junto dos menos favorecidos."

"Vós que sois tão sensíveis à ideia de partilhar a vida com os outros, não passeis ao largo quando virdes o sofrimento humano, pois é aí que Deus vos espera para dardes o melhor de vós mesmos", adiantou Bento XVI.


Foi um tempo intenso que se viveu em volta da praça Cibeles. Depois de uma tarde em ambiente de Woodstock católico, os participantes da JMJ meditaram sobre os passos de Jesus Cristo antes de ser morto no monte Calvário, em Jerusalém, desde a sua última ceia com os discípulos até ser crucificado.


Com a presença de 15 tronos oriundos de diversas cidades de Espanha - sobretudo Andaluzia e Castela-Leão -, o Papa disse que naquelas imagens, onde predomina uma estética barroca, dolorista e pietista, "se harmonizam a fé e a arte para chegar ao coração do homem e convidá-lo à conversão". E acrescentou: "As diversas formas de sofrimento, que foram desfilando diante dos nossos olhos ao longo da via-sacra, são apelos [a] sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente."


Em cada um dos passos ou estações da via-sacra, a cruz das JMJ era transportada por 10 jovens de diferentes proveniências: desde situações de guerra como o Iraque, a Terra Santa, o Ruanda e Burundi, até outros que apoiam doentes de sida ou que são vítimas de desemprego ou ex-toxicodependentes, ou ainda vítimas de catástrofes como no Haiti e no Japão.


Ainda durante a manhã de ontem, Bento XVI esteve reunido com um grupo de professores universitários - profissão que exerceu durante 25 anos - no interior do mosteiro e reprovou a "visão utilitarista" da educação actual.