Papa apela ao fim da violência e critica «gesto absurdo» contra a comunidade cristã na Nigéria

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O Papa Bento XVI condenou hoje os atentados contra duas igrejas na Nigéria, que causaram pelo menos 40 mortos, no dia de Natal, lamentando o derramamento de "sangue inocente" por causa de um "gesto absurdo".
"Faço um apelo para que, com o concurso das várias partes da sociedade, se encontrem a segurança e a serenidade. Neste momento, quero repetir com força, mais uma vez: a violência é um caminho que leva apenas à dor, à destruição e o amor; o respeito, a reconciliação e o amor são o caminho para atingir a paz", afirmou, após a oração do Angelus, diante de milhares de peregrinos, reunidos na Praça de São Pedro.
Bento XVI expressou as suas condolências ao povo nigeriano e às famílias enlutadas que perderam os seus entes queridos na sequência de atentados reivindicados pela seita islamista Boko Haram, à imagem do que aconteceu no Natal de 2010.
"Recebi com profunda tristeza a notícia dos atentados que, também este ano no dia do nascimento de Jesus, levaram luto e dor a algumas igrejas da Nigéria", disse.
O Papa manifestou "sincera e afectuosa proximidade com a comunidade cristã e todos os que foram atingidos", convidando a rezar "pelas numerosas vítimas".
"O Santo Natal suscita em nós, de modo ainda mais forte, a oração a Deus para que se acabem as mãos da violência que semeiam a morte e no mundo possam reinar a justiça e paz", declarou.
No tradicional encontro com peregrinos, a 26 de Dezembro - dia que a Igreja Católica dedica a Santo Estêvão, considerado o seu primeiro mártir -, Bento XVI recordou "o sacrifício da vida" de muitos cristãos e os que, em várias partes do mundo, estão "expostos a perseguições e, por vezes, ao martírio".
Aos peregrinos de língua portuguesa, presentes no Vaticano, o Papa deixou votos "de paz e alegria natalícia".
"Assim podereis imitar Santo Estêvão no seu amor apaixonado por Cristo, fazendo-o transbordar sobre os conterrâneos e vossa família, que de coração abençoo", acrescentou.
OC