Angola e o Vaticano preparam, para este ano, a assinatura de um Acordo-Quadro destinado ao reforço da cooperação bilateral, anunciou nesta Sexta-feira em Luanda, o Núncio Apostólico de Angola e São Tomé e Príncipe, Dom Petar Rajic.
“Podemos falar de poucos dias para a conclusão do acordo. Essa fase final é um momento de muita felicidade para as partes”, adiantou Dom Petar a Imprensa, reconhecendo que existe óptimas relações de cooperação entre a igreja católica e as autoridades angolanas.
O representante da Santa Sé fez estes pronunciamentos no final de uma audiência com o Presidente da República, João Lourenço, a quem apresentou cumprimentos de despedida, no âmbito do fim da sua missão de Quatro anos a Angola.
Falando do acordo de cooperação, Dom Petar disse ainda que o acordo abrange o reconhecimento da personalidade jurídica da Igreja Católica em Angola e a titularidade dos seus imóveis, incluindo escolas e centros de saúde espalhados pelo do país.
Em Março de 2018, o Presidente João Lourenço criou uma comissão interministerial destinada a negociações relativas ao Acordo-Quadro, a ser celebrado com a Santa Sé.
Fazem parte desta comissão o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, que coordenar a comissão, que integra os ministros das Relações Exteriores, da Justiça e dos Direitos Humanos, bem como da Cultura.
Completam a comissão os secretários do Presidente da República para os Assuntos Diplomáticos e de Cooperação Internacional, para os Assuntos Judiciais e Jurídicos e para os Assuntos Sociais.
Na audiência com o Chefe de Estado, Dom Petar Rajic agradeceu o apoio do Governo à Santa Sé e à Igreja Católica em Angola, a colaboração e a cooperação para a conclusão do acordo entre as duas partes.
O representante do Papa considerou que a Igreja Católica em Angola “é muito activa e jovem”, presente em vários pontos do país com paróquias, escolas e outros projectos sociais para o povo, que precisa de apoio espiritual e material.
Sobre o projecto de modernização do Santuário da Muxima, o Núncio apostólico disse ser uma questão para o bispo de Viana e que é também desejo do Governo apoiar o mesmo.