Numa ampla entrevista ao Vatican News Dom Gabriel Mbilingi, Arcebispo do Lubango e Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SCEAM/SECAM) e o Bispo do Namibe, Dom Dionísio Hisiilenapo, falaram do encontro com o Papa Francisco como um momento de intensa simplicidade, que os deixou à vontade como “entre irmãos no Episcopado, o que revela a elevada sensibilidade pastoral do Pontífice”.
Os Bispos sentiram-se interpelados quando Francisco insistiu na responsabilidade da Conferência na busca de soluções para os problemas, sem esperar pelo Papa ou algum Dicastério de Roma.
Reconciliação, justiça, paz e reconstrução do tecido social
Os Prelados da CEAST apresentaram na entrevista a situação do País, e em especial os desafios que enfrenta neste momento: os pobres que agora são mais pobres enquanto os ricos são mais ricos; a corrupção, o nepotismo e o açambarcamento de recursos que o novo Executivo tenta combater em vista a uma maior legalidade. O esforço da Igreja tem sido “trabalhar pela reconciliação, a justiça e a paz, e reconstruir o tecido social”, enfatizou o Arcebispo Dom Mbilingi.
Presença de seitas hostis ao trabalho da Igreja
“Numa sociedade em que quase 60% da população é constituída por católicos, é este um dos desafios da Igreja”, reconheceu o Bispo do Namibe, D. Dionísio, assinalando também a presença crescente de seitas agressivas e hostis ao trabalho da Igreja.
50 anos do SCEAM/SECAM
Não faltou uma palavra sobre o SCEAM/SECAM, a 50 anos da sua criação (fruto do Concílio Vaticano II) durante a viagem de S. Paulo VI a Kampala. “O jubileu dos 50 anos deste organismo continental será celebrado no mês de Julho”, ressaltou o Presidente, Dom Mbilingi, sem esquecer de assinalar o que agora deve fazer para melhor agir nos próximos 50 anos.
Migrações um problema complexo
Em concertação com a União Africana, a Igreja em África (como por exemplo a CERAO, na África Ocidental) tenta fazer face aos actuais problemas do Continental, como o caso das migrações. Um problema que deve ser visto, aqui também, “tendo em conta a corrupção, a má governação, o desemprego acentuado, o custo de vida elevado, os sonhos e os conflitos muitas vezes fomentados a partir do exterior”, rematou D. Gabriel Mbilingui.
Visita do Papa a Moçambique, sinal de proximidade
E para terminar, a visita do Papa Francisco a Moçambique (um País da região da IMBISA, como Angola), que os Bispos vêem como uma das manifestações da proximidade de Francisco que quer encontrar a todos, cristãos e não, nas diferentes periferias geográficas e existenciais.
Oiça aqui a entrevista na íntegra:
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