Bento XVI exige acção da comunidade internacional, sobretudo dos países árabes, no respeito por todas as religiões.
Bento XVI reforçou hoje no Líbano os apelos em favor da paz no Médio Oriente e na Síria, em particular, para que se obtenha “o fim de toda a violência” e o “silêncio das armas”.
“Apelo à comunidade internacional, apelo aos países árabes para que, como irmãos, proponham soluções viáveis que respeitem a dignidade de cada pessoa humana, os seus direitos e a sua religião”, referiu, depois da missa celebrada na presença de 350 mil pessoas em Beirute, segundo números do Vaticano.
O Papa lamentou “a tragédia” dos conflitos e da violência, que gera “tantos sofrimentos”, e deixou votos de que seja feito um esforço conjunto na construção da paz, “necessária para uma vida harmoniosa entre irmãos, independentemente da origem e da convicção religiosa”.
“Infelizmente, o fragor das armas continua a fazer-se ouvir, assim como o grito das viúvas e dos órfãos. A violência e o ódio invadem as estradas, e as mulheres e as crianças são as suas primeiras vítimas. Porquê tantos horrores? Porquê tantos mortos?”, questionou.
Num momento de oração dedicada à Virgem Maria, Bento XVI evocou Nossa Senhora do Líbano, “em volta da qual se encontram os cristãos e os muçulmanos”.
“Peçamos-Lhe que interceda junto do seu divino Filho por vós e, de modo particular, pelos habitantes da Síria e dos países vizinhos, implorando o dom da paz”, disse.
Após a missa teve lugar a entrega da nova exortação apostólica ‘Ecclesia in Medio Oriente’ (A Igreja no Médio Oriente) aos patriarcas católicos da região, aos presidentes das Conferências Episcopais da Turquia e do Irão e a uma representação de leigos.
Bento XVI destacou a importância do documento conclusivo da primeira assembleia especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, que teve lugar em Outubro de 2010.
“Que cada um encontre uma nova alegria em continuar a sua missão, sentindo-se encorajado e fortalecido a pôr em prática a mensagem de comunhão e testemunho apresentada sob os vários aspectos humanos, doutrinais, eclesiológicos, espirituais e pastorais desta exortação”, disse.
O Papa convocou os católicos a promoverem a “fraternidade universal” proposta por Jesus, para que o seu evangelho possa “continuar a ressoar como há 2000 anos e seja vivido hoje e sempre”.
No último dia da sua visita ao Líbano, Bento XVI participa, à tarde, num encontro ecuménico no Patriarcado siro-católico de Charfet, antes de se despedir do país, no aeroporto internacional de Beirute, às 18h30 (menos duas em Lisboa), com o último dos cinco discursos programados.
A viagem de três dias ao “país dos cedros” é a segunda de Bento XVI à região, depois da visita que efectuou em Maio de 2009 à Jordânia, Israel e Territórios Palestinos.
OC