O ex-mordomo do Papa, acusado de roubar documentos confidenciais que revelaram tensões nas mais altas esferas da Igreja católica, declarou à justiça nesta terça-feira que é "inocente" do roubo, mas disse se sentir "culpado" por "trair" o Papa.
"Em relação ao roubo agravado, declaro-me inocente. Sinto-me culpado por ter traído a confiança do Santo Padre", declarou Paolo Gabriele, que também alegou ter agido "sem cúmplices", embora tivesse muitos "contatos".
Gabriele também disse ter agido deste modo porque o Papa Bento XVI foi "manipulado".
Por outra parte, o Vaticano decidiu realizar uma investigação sobre as condições de prisão de Gabriele, que afirma ter sido submetido a "pressões psicológica" desde sua prisão, em 23 de maio. Segundo o ex-modormo do Papa, ele ficou preso durante 15 dias numa cela na qual não podia sequer esticar o braço, iluminada 24 horas por dia.
Gabriele, um dos poucos cidadãos lacios do menor estado do mundo, poderá ser condenado a uma pena de até quatro anos de prisão por ter roubado e copiado durante meses dezenas de documentos confideiais do Papa e seus colaboradores e repassado esses documentos ao jornalista Gianluigi Nuzzi, que os usou em seu livro "Sua Santità".
AFP