Bento XVI afirmou hoje que a "alegria" gerada pela realização do Concílio Vaticano II (1962-1965), iniciado há meio século, é agora mais "sóbria, humilde" face ao pecado e às "tempestades" que ameaçam a Igreja Católica.
"Vimos que a fragilidade humana está presente também na Igreja, que a barca da Igreja navega com ventos contrários, com tempestades que a ameaçam", disse o Papa perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, após uma procissão de velas ao longo da avenida que leva ao Vaticano.
A iniciativa, organizada pela Ação Católica Italiana (ACI) e a Diocese de Roma, evocou 0 50.º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965) e repetiu um gesto semelhante, realizado a 11 de outubro de 1962, horas após o início da reunião de bispos de todo o mundo convocada pelo Beato João XXIII.
"Aprendemos, nestes 50 anos, que o pecado original existe e se traduz sempre, de novo, em pecados pessoais que se podem tornar estruturas do pecado", alertou Bento XVI.
O atual Papa quis destacar, por outro lado, a experiência da "bondade e da força" de Jesus, um "fogo silencioso, uma pequena chama" que pode "iluminar o mundo".
"O Senhor não nos esqueceu", declarou.
A caminhada foi antecedida por momentos de reflexão e oração, com testemunhos e intervenções musicais, subordinados ao lema 'A Igreja bela do Concílio'.
A intervenção espontânea de João XXIII, há 50 anos, ficou conhecida como 'discurso da lua' e foi hoje transmitida na íntegra nos ecrãs gigantes colocados na Praça de São Pedro.
Bento XVI quis repetir uma das expressões mais conhecidas desse discurso: "Voltai para casa, dai um beijo às crianças e dizei-lhes que é do Papa".
"Boa noite a todos vós, obrigado", concluiu.
OC