O Papa Bento XVI afirmou esta sexta-feira no Vaticano que o esquecimento de Deus, e não as religiões, provoca a violência entre os seres humanos, alertando para as consequências do relativismo.
“O esquecimento de Deus imerge as sociedades humanas numa forma de relativismo, a ponto de gerar inevitavelmente a violência”, disse o Papa aos participantes na assembleia plenária da Comissão Teológica Internacional, que reúne especialistas de vários países.
Segundo Bento XVI, o facto de terem existido e existirem formas de violência “perpetradas em nome de Deus” não se deve “ao monoteísmo”, mas a “causas históricas, principalmente aos erros dos homens”.
O Papa respondia assim às acusações muitas vezes dirigidas às religiões monoteístas, de serem “intrinsecamente portadoras de violência”.
“Alguns sustentam que só o ‘politeísmo de valores’ garantiriam a tolerância e a paz civil e seria conforme ao espírito de uma sociedade democrática plural”, observou.
Bento XVI destacou, no entanto que a violência surge “quando se nega a possibilidade para todos, de se referir a uma verdade objetiva”.
Nesse contexto, referiu-se à mensagem que a Comissão Teológica publicou no início deste Ano da Fé (outubro de 2012-novembro de 2013), intitulada ‘A teologia hoje. Perspetivas, princípios e critério’, um texto que esclarece os critérios de uma teologia “autenticamente católica”.
O Papa aludiu a um contexto cultural no qual “alguns se sentem tentados de privar a teologia de um estatuto académico, por causa do seu vínculo intrínseco com a fé”, ou de “prescindir da dimensão crente e confessional da teologia”, como se esta fosse uma “espécie de opinião pública eclesial”.
OR/OC