Papa defende importância de compreender e viver a «caridade»

Papa defende importância de compreender e viver a «caridade»

Mensagem para a Quaresma aborda relação entre fé e acção solidária

Bento XVI afirma na sua mensagem para a Quaresma 2013, hoje publicada, que a “caridade” é uma das marcas mais importantes da fé católica e deve ser vista como mais do que “ajuda humanitária” ou “activismo moralista”.

“Por vezes tende-se a circunscrever a palavra ‘caridade’ à solidariedade ou à mera ajuda humanitária”, escreve o Papa, num texto em que apela à “evangelização”, como a forma de “promoção mais alta e integral da pessoa humana”.

O documento, sobre o tema ‘Crer na caridade suscita caridade’, foi apresentado aos jornalistas em conferência de imprensa.

“Se, por um lado, é redutora a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade - reduzindo-a a um genérico humanitarismo -, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé”, assinala Bento XVI.

Na reflexão sobre a importância da fé e da acção em favor do outro, o Papa sublinha que os católicos têm de “saber amar a Deus e ao próximo”.

“A fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela”, acrescenta.

A Quaresma, que começa este ano a 13 de Fevereiro, com a celebração das Cinzas, é um período de preparação para a Páscoa, maior festa do calendário litúrgico cristão, com a duração de 40 dias.

Segundo o Papa, este tempo convida “a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola”.

“Neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida”, conclui.

OC