O palácio apostólico de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, e a localidade envolvente estão a preparar-se para receber Bento XVI após o final do seu pontificado, a 28 de fevereiro, com o repicar dos sinos.
O bispo de Albano, D. Marcello Semeraro, revelou hoje à Rádio Vaticano que os católicos locais vão promover uma vigília de oração a partir das 16h30 (menos uma em Lisboa), antecipando a partida do Papa alemão do heliporto do Vaticano, marcada para as 17h00.
Bento XVI deverá chegar a Castel Gandolfo, onde escreveu parte da trilogia 'Jesus de Nazaré', pelas 17h15, acompanhado pelos sinos das igrejas, e vai depois saudar a população desde a varanda da residência pontifícia, num dos últimos actos como Papa.
A localidade italiana foi o destino escolhido para as férias de Joseph Ratzinger nos últimos três anos e vai acolher o Papa, após a sua resignação, por um período de aproximadamente dois meses, antes da mudança definitiva para um antigo mosteiro de clausura no Vaticano.
O palácio era designado como 'Vaticano 2' por João Paulo II e é maior do que o Estado da Cidade do Vaticano.
Os habitantes locais chamam à região onde está inserida a residência pontifícia de verão os "castelos romanos", por causa das construções que as famílias da nobreza ali levantaram.
Cada castelo tem o nome do senhor da fortaleza - neste caso, a família Gandulfi, natural de Génova.
Cerca do ano 1200, os Gandulfi construíram o seu pequeno castelo que, no século seguinte passou para a família Savelli, a qual manteve a edificação até 1596.
Nesse ano, por causa de uma dívida que a família não conseguiu pagar a Clemente VIII (1592-1605), a propriedade passou para o Papa e, em 1640, foi declarada propriedade da Santa Sé.
Urbano VIII (1623-1644) decidiu transformar o castelo na sua residência de verão, adaptando e ampliando a velha fortaleza.
Em 1870, com o fim do Estado Pontifício, a residência foi abandonada e esquecida, mas com a assinatura dos Pactos Lateranenses (1929) Castel Gandolfo voltou a ser residência estival dos Papas.
Nessa altura foram adquiridos o complexo da Villa Barberini e algumas propriedades vizinhas para dar vida à actual exploração agrícola.
As pessoas que ali trabalham durante todo o ano são cerca de 60, entre jardineiros, tratadores de árvores, agricultores, eletricistas e pessoal da manutenção.
A página do Estado da Cidade do Vaticano disponibiliza imagens dos jardins do Castel Gandolfo que vão sendo actualizadas ao longo do dia, através de uma webcam.
OC