Eleição vai continuar à tarde com um máximo de dois escrutínios
As votações dos 115 cardeais reunidos no Conclave que decorre no Vaticano resultaram em fumo negro pelo segundo dia consecutivo e os responsáveis vão retomar à tarde os escrutínios para elegerem um novo Papa.
A 'fumata' que comunica o resultado da eleição começou a sair pelas 11h39 de Roma, 10h39 em Lisboa, e foi visível durante vários minutos.
A segunda reunião à porta fechada, na Capela Sistina, incluiu dois sufrágios durante a manhã, insuficientes para que qualquer candidato chegasse à maioria de dois terços dos votos (77).
Os cardeais começaram o dia com uma missa na Capela Paulina do Vaticano e seguiram para a Capela Sistina, onde um novo momento de oração antecedeu o reinício ao processo eleitoral, que começou na tarde de terça-feira.
A legislação de João Paulo II e Bento XVI sobre a eleição pontifícia prevê que haja um máximo de dois escrutínios, tanto na parte da manhã como na parte da tarde.
O segundo sufrágio tem início "imediatamente depois" do primeiro, caso este tenha sido inconclusivo.
Os cardeais regressam agora à Casa de Santa Marta, no Vaticano, para o almoço: neste local, os cardeais estão também proibidos de qualquer contacto com o exterior.
Às 16h00 (hora local, menos uma em Lisboa) os prelados voltam à Capela Sistina, prevendo-se que os escrutínios comecem às 16h50.
O fumo negro ou branco que sai da chaminé da Capela Sistina para indicar, respetivamente, se a eleição prossegue ou se foi escolhido o novo Papa, é esperado cerca do meio-dia e às 19h00 de Roma, referiu o porta-voz do Vaticano, sublinhando que se trata de horário "indicativo".
Se a eleição do novo Papa ocorrer no primeiro escrutínio da manhã, o fumo branco deve sair entre as 10h30 e as 11h00 locais; caso a escolha se realize na primeira votação da tarde, como aconteceu em 2005 com a eleição do Papa emérito Bento XVI, pode esperar-se fumo branco entre as 17h30 e as 18h00 de Roma.
Caso os sufrágios tenham sido inconclusivos, os eleitores recitam a oração de Vésperas às 19h15, e regressam, 15 minutos depois, à Casa de Santa Marta, na qual residem durante o Conclave.
Milhares de pessoas estão a juntar-se na Praça de São Pedro, com os olhos postos na chaminé colocada sobre a Capela Sistina, passando pelos controlos de segurança junto às colunas que demarcam a entrada no Estado da Cidade do Vaticano.
As autoridades de Roma adiantaram que os agentes de segurança envolvidos nesta operação são cerca de mil, na praça e arredores.
A chuva tem acompanhado os fiéis e curiosos que acompanham de perto o processo eleição do novo Papa, à espera de fumo branco, acompanhados pelas câmaras do Centro Televisivo do Vaticano.
A queima dos boletins de voto e a produção do fumo nas salamandras instaladas na Capela Sistina decorre após os sufrágios: o fumo branco será confirmado pelo toque dos sinos, aguardando-se que entre a aceitação da eleição pelo novo Papa e o seu aparecimento público na varanda central da Basílica de São Pedro passem cerca de 50 minutos.
As últimas seis eleições papais foram decididas após um máximo de três dias de votações, a data-limite para que, segundo a legislação da Igreja, os cardeais façam uma pausa nos sufrágios.
OC/RJM