No final do consistório, já no fim-de-semana, serão criados novos cardeais, os primeiros do pontificado de Francisco.
A Família é o tema do Consistório Extraordinário que decorre esta quinta e sexta-feira no Vaticano.
No arranque dos trabalhos, que contam com a participação de 185 cardeais, o Papa Francisco alertou para as dificuldades que a família enfrenta actualmente: “Hoje, a família é desprezada, é maltratada, pelo que nos é pedido para reconhecermos como é belo, verdadeiro e bom formar uma família, ser família hoje; reconhecermos como isso é indispensável para a vida do mundo, para o futuro da humanidade”.
Segundo o Papa, os trabalhos destes dois dias devem colocar em evidência “o plano luminoso de Deus para a família” e delinear uma "pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor".
“Ajudemos os esposos a vivê-lo com alegria ao longo dos seus dias, acompanhando-os no meio de tantas dificuldades”, acrescentou.
Francisco sublinhou que a família é “a célula fundamental da sociedade humana”, convidando os participantes nesta reunião a ter “sempre presente a beleza da família e do matrimónio, a grandeza desta realidade humana, tão simples e ao mesmo tempo tão rica, feita de alegrias e esperanças, de fadigas e sofrimentos, como o é toda a vida”.
“Desde o início, o Criador colocou a sua bênção sobre o homem e a mulher, para que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra; e assim a família torna presente, no mundo, como que o reflexo de Deus, Uno e Trino”, precisou.
Em ano de assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada a este tema, o Papa defendeu a necessidade de “aprofundar a teologia da família e a pastoral que se deve implementar nas condições atuais”.
“Façamo-lo com profundidade e sem cairmos na ‘casuística’, porque decairia, inevitavelmente, o nível do nosso trabalho”, apelou.
Os trabalhos em Roma contam com a presença dos três cardeais portugueses: D. José Policarpo, D. José Saraiva Martins e D. Manuel Monteiro de Castro.
O director da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi, explica que esta reunião, apesar de não ser conclusiva, é muito importante: “Este consistório, tal como os anteriores, não tem qualquer poder deliberativo, trata-se de uma ampla assembleia em que os cardeais manifestam livremente o seu pensamento sobre um grande tema.”
“Não é um debate organizado com votações, mas é útil e importante porque dão-se conta da atmosfera e verifica-se se existem consensos e divergências. É sempre uma coisa muito importante”, conclui.
No final do consistório, já no fim-de-semana, serão criados novos cardeais, os primeiros do pontificado de Francisco.