“Não dialoguemos com Satanás mas defendamo-nos com a Palavra de Deus”

 “Não dialoguemos com Satanás mas defendamo-nos com a Palavra de Deus”

Hoje, primeiro domingo da Quaresma, o Papa recordou no Angelus, que o Evangelho deste dia apresenta a tentação de Jesus, quando, depois do baptismo no Rio Jordão, o Espírito Santo desceu sobre Ele, levando-O a enfrentar Satanás no deserto ao longo de quarenta dias, antes de iniciar a sua missão pública.

“O tentador procura distrair Jesus do projecto do Pai, ou seja a via do sacrifício, do amor que se oferece em expiação , para o levar a empreender um caminho fácil, de sucesso, de potencia.”

O Papa frisou depois que no duelo entre Jesus e Satanás nota-se o estilo espectacular e miraculístico com que Satanás tenta afastar Jesus da via da Cruz, falando-lhe de falsas promessas messiânicas, indicando-lhe vias breves de poder e domínio, em troca de uma adoração a ele. São os três grupos de tentações que nós também conhecemos disseram o Papa acrescentando que Jesus não cede a essas tentações.

“Jesus recusa decididamente todas essas tentações e volta a sublinhar a sua firme vontade de seguir a via estabelecida pelo Pai, sem nenhum compromisso com o pecado e com a lógica do mundo.”

O Papa fez ainda notar que contrariamente a Eva, Jesus não entra em diálogo com Satanás.

“Ele não dialoga com Satanás como fizera Eva no paraíso terrestre. Jesus sabe bem que com Satanás não se pode dialogar, porque é muito astuto. Por isso Jesus, em vez de dialogar como tinha feito Eva, prefere refugiar-se na Palavra de Deus e responder com a força dessa Palavra. Recordemo-nos disto no momento das nossas tentações: nada de argumentações com Satanás, mas sempre defendidos pela Palavra de Deus e isto nos salvará”.

Nas suas respostas – prosseguiu o Papa Francisco perante os milhares de fiéis que o escutavam na Praça de São Pedro – o Senhor recorda-nos antes de mais que não só de pão vive o homem, mas sim da Palavra de Deus que nos dá força e nos apoia na luta contra a mentalidade mundana que abaixa o homem a nível das suas necessidades primárias, desviando-o do que é belo, da fome de Deus, do amor.



E o Papa concluiu recomendando que façamos da Quaresma um tempo de conversão.

“Caros irmãos, o tempo de Quaresma é uma ocasião propícia para todos nós percorrermos o caminho da conversão, confrontando-nos sinceramente com esta página do Evangelho. Renovamos as promessas do nosso Baptismo: renunciamos a Satanás e a todas as suas obras de sedução, para caminharmos nas sendas de Deus e “chegarmos à Páscoa na Alegria do Espírito”.

Depois da oração mariana do Angelus, o Papa saudou diversos grupos da Itália e Espanha e chamou atenção para a campanha da Caritas sobre a fome no mundo.

Durante esta Quaresma queremos recordar o convite da Caritas Iternationalis na sua campanha contra a fome no mundo”.

O Papa concluiu pedindo orações para ele e os colaboradores da Cúria Romana que neste domingo à noite iniciam a semana de Exercícios espirituais…

“Desejo a todos que o caminho quaresmal há pouco iniciado seja rico de frutos; e peço orações para mim e para os colaboradores da Cúria Romana pois que esta noite iniciaremos a semana dos Exercícios espirituais. Obrigada. Bom domingo e bom prazo. Até à próxima”


Com efeito, neste domingo 9 de Março, às 18 horas, teve inicio na Casa do Divino Mestre em Arricia, arredores de Roma, os Exercícios espirituais da Cúria Romana, nas quais participaram o próprio Papa.

As meditações serão propostas por D. Ângelo de Donatis, Pároco na Igreja de São Marcos Evangelista junto ao Capitólio de Roma. Os Exercícios prolongam-se até 14 deste mês.

O Papa partiu de camioneta pelas 16 horas juntamente com 83 pessoas – referiu o porta-voz da Santa Sé, P. Federico Lombardi.