Esplêndido sol de primavera, mas também vento glacial, esta manhã, na praça de São Pedro, onde o Papa Francisco acolheu dezenas de milhares de peregrinos, na audiência geral. Em plena Semana Santa, o Santo Padre medita sobre a humilhação e o despojamento que a Paixão e morte de Jesus constituiu. Aceitando e seguindo livremente este caminho doloroso, Jesus revela a medida total do seu amor e vence esta provação, curando assim as nossas feridas, dando-nos a Vida. Papa convidou os fiéis a contemplar o Crucificado, reconhecendo quanto sofreu por cada um de nós. E dizer-lhe: "Obrigado, Jesus!"
Como sempre, a catequese do Papa, proposta em italiano, foi sintetizada também em português:
"Nestes dias, vemos Jesus percorrer, de livre vontade, o caminho da humilhação e do despojamento, que atinge o ponto mais profundo na morte de cruz: morre como um derrotado, um falido! Mas, aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a. Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor.
A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os: pelas suas chagas fomos curados. Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição. A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção de Deus Pai, quando já toda a esperança humana se tinha desmoronado.
E também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação. Quando acontece que, mergulhados na mais densa escuridão, não vemos qualquer via de saída para as nossas dificuldades, então é o momento da nossa humilhação e despojamento total, é a hora em que experimentamos como somos frágeis e pecadores. Pois bem! Nesse momento, não devemos mascarar a nossa falência, mas, cheios de confiança em Deus, abrir-nos à esperança, como fez Jesus."
Seguiu-se também uma saudação na nossa língua aos peregrinos lusófonos:
"De coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular do Colégio Nossa Senhora da Assunção. Tomai como amiga e modelo de vida a Virgem Maria, que permaneceu ao pé da cruz de Jesus, amando, também Ela, até ao fim. E quem ama passa da morte à vida. É o amor que faz a Páscoa. A todos vós e aos vossos entes queridos, desejo uma serena e santa Páscoa."