Uma grande multidão e um belo sol primaveril acolheram o Santo Padre na Praça de S. Pedro para a audiência geral desta quarta-feira. A catequese de hoje foi sobre o dom da ciência.
Entre os dons do Espírito Santo, a ciência é um dom que nos leva a captar a grandeza e o amor de Deus, presentes na criação – afirmou o Papa Francisco. Este dom suscita em nós uma profunda sintonia com o Criador, que permite perceber, em cada pessoa humana e demais realidades criadas, a marca da grandeza e do amor de Deus.
“O dom da ciência coloca-nos em profunda sintonia com o Criador e faz-nos participar na limpidez do seu olhar e do seu juízo”
Desta forma – continuou o Santo Padre - a ciência ajuda-nos a não cair no risco de nos considerarmos senhores da criação: esta foi-nos entregue por Deus para que cuidemos dela e a utilizemos para benefício de todos, com respeito e gratidão.
“Tudo isto é motivo de serenidade e de paz e faz do cristão uma testemunha alegre de Deus, tal como S. Francisco de Assis e tantos santos que souberam louvar e cantar o seu amor através da contemplação da Criação.”
O dom da ciência – sublinhou ainda o Papa - ajuda-nos ainda a olhar as pessoas e as realidades que nos circundam sem as absolutizar, mas sabendo reconhecer os seus limites e a sua orientação para Deus. Tudo isto é motivo de serenidade e de paz, fazendo de nós jubilosas testemunhas de Deus que, maravilhadas com a Sua obra, louvam o Criador, cheias de gratidão pelo seu amor.
O Papa Francisco concluiu a sua catequese convidando todos os seres humanos a conservarem a Criação.
No final da catequese o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Saúdo os brasileiros vindos de Pouso Alegre, Campo Limpo e São Paulo e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta peregrinação a Roma fortaleça em todos a fé e consolide, no amor divino, os vínculos de cada um com a sua família, com a comunidade eclesial e com a sociedade. Que Nossa Senhora vos acompanhe e proteja!”
Durante as saudações em língua italiana o Papa Francisco lançou um apelo pelas populações da Bósnia e da Sérvia vítimas de grandes inundações:
“O meu pensamento vai ainda para as populações da Bósnia-Herzegovina e Sérvia, duramente atingidas por inundações, com perdas de vidas humanas, numerosos desalojados e profundos danos. Infelizmente a situação agravou-se, por isso convido-vos a unirem-se à minha oração pelas vítimas e por todas as pessoas que sofrem esta calamidade. Não falte a estes nossos irmãos a nossa solidariedade e a ajuda concreta da comunidade internacional.”
O Santo Padre referiu-se também aos católicos na China:
“A 24 de maio ocorre a memória litúrgica de Virgem Maria Ajuda dos Cristãos, venerada com muita devoção no santuário de Seshan em Shangai. Peço a todos os fieis de rezarem para que, sob a proteção de Maria Auxiliadora, os católicos na China continuem a acreditar, a esperar e a amar e sejam, em cada circunstância, fermento de harmoniosa convivência entre os seus concidadãos.”
O Santo Padre referiu ainda a proclamação no próximo sábado numa celebração em Aversa em Itália dos Beatos Mario Vergara, sacerdote, e Isidoro Ngei Ko Lat, leigo e catequista, assassinados em 1950 na Birmânia às mãos do ódio pelos cristãos. O Papa lembrou estes dois exemplos para que sejam sinal de encorajamento para missionários e catequistas em terras de missão.
No final da audiência o Papa Francisco deu a sua benção aos peregrinos não sem antes pedir as orações de todos pela sua viagem à Terra Santa no próximo sábado. O Santo Padre recordou que o faz para se encontrar com o seu irmão Patriarca Bartolomeu no 50º aniversário do encontro de Paolo VI com Atenágoras, e exaltou como é belo que os Apóstolos Pedro e André estejam outra vez juntos!