Na audiência geral desta quarta-feira, dia 17 de junho, o Papa Francisco propôs o início de um novo ciclo de catequeses que terá como tema a Igreja:
“... hoje começo um ciclo de catequeses sobre a Igreja. É um pouco como um filho que fala da própria mãe, da própria família. A Igreja não é uma instituição com um fim em si própria ou uma ONG, nem muito menos se deve restringir ao clero e ao Vaticano... A Igreja é uma realidade mais ampla, que se abre a toda a humanidade e que não nasce num laboratório, improvisamente, do nada. É fundada em Jesus Cristo mas é um povo com uma história longa e uma preparação que tem início muito antes de Jesus.”
A Igreja foi fundada por Jesus Cristo, mas a sua preparação na história começou muito antes – sublinhou o Papa Francisco. Com Abraão, Deus dá início a um povo que levará a sua bênção a todas as famílias da terra. Um povo no qual nascerá Jesus. Mas, não é Abraão a tomar a iniciativa, mas sim Deus que dá vida a este povo:
“... não é Abraão a constituir à sua volta um povo. Normalmente era o homem a dirigir-se à divindade, procurando e invocando apoio e proteção. Neste caso, ao contrário, assiste-se a algo de inaudito: é o próprio Deus a tomar a iniciativa.”
Assim – continuou o Santo Padre - quem toma a iniciativa é Deus, que se dirige a Abraão convidando-o a entrar numa relação nova com Ele. Assim Deus forma um povo com todos aqueles que escutam a sua palavra e, confiados n’Ele, põem-se a caminho. Contudo – afirmou ainda o Santo Padre – quantas vezes fazemos experiência do nosso egoísmo e da dureza do nosso coração. Mas, se nos arrependermos Deus perdoa-nos com o seu amor:
“Quando, porém, reconhecemos o nosso pecado e nos voltamos para Deus, Ele enche-nos da sua misericórdia e do seu amor. É precisamente isto que nos faz crescer como povo de Deus, como Igreja: não é pela nossa habilidade, pelos nossos méritos, mas pela experiência que diariamente fazemos de quanto o Senhor nos quer bem e cuida de nós. “
O Papa Francisco concluiu a sua catequese pedindo a graça de permanecermos fieis a Jesus Cristo e à escuta da sua Palavra. Nas saudações aos peregrinos o Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, saúdo-vos cordialmente a todos, com menção especial à comunidade «Coccinella meninos da rua», do Brasil, e à «Associação Cultural Amor e Responsabilidade» das Caldas da Rainha. Esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos uma bênção e um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. A Virgem Santa vos guie e proteja!”
No final da audiência o Papa Francisco lançou um apelo para o drama dos refugiados:
“Depois de amanhã, 20 de junho, ocorre o Dia Mundial do Refugiado, que a comunidade internacional dedica aos que são obrigados a deixar a sua própria terra para fugir dos conflitos e das perseguições. O número destes irmãos refugiados está a crescer e, nestes últimos dias, outros milhares de pessoas foram levadas a deixar as suas casas para se salvarem. Milhões de famílias refugiadas de tantos países e de todos os credos religiosos vivem nas suas histórias dramas e feridas que dificilmente poderão ser sanadas. Estejamos próximos delas, partilhando os seus medos e incertezas pelo seu futuro e aliviando concretamente os seus sofrimentos. O Senhor sustente as pessoas e as instituições que trabalham com generosidade para assegurar aos refugiados acolhimento e dignidade dando-lhes motivos de esperança.”
Recordando que Jesus, com Maria e José, também foi refugiado, o Papa Francisco invocou a proteção de Nossa Senhora.
O Papa Francisco a todos deu a sua benção!