Nesta quinta-feira, 19 de Junho, solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, o Papa Francisco presidiu a missa na Basílica de São João de Latrão, e afirmou que a humanidade deve rejeitar o “pão falso” que a escraviza.
“Se olharmos à nossa volta, damos conta de que há muitas ofertas de alimento que não vêm do Senhor e que, aparentemente, satisfazem mais: alguns alimentam-se com o dinheiro, outros com o sucesso e a vaidade, outros com o poder e o orgulho, mas a comida que nos alimenta verdadeiramente e nos sacia é apenas a que o Senhor nos dá”, disse Francisco, na homilia da celebração.
Perante milhares de pessoas, o Papa sustentou que “para lá da fome física, o homem traz em si outra fome, uma fome que não pode ser saciada com a comida vulgar”, mas com o “corpo de Cristo”.
“É uma fome de vida, fome de amor, fome de eternidade”, precisou.
Francisco advertiu para a perda da memória da “intervenção de Deus”, quando se chega a algum bem-estar.
“Sonhamos com outras comidas, como os judeus no deserto, os quais choravam pela carne e as cebolas que comiam no Egito, mas esqueciam que esses alimentos eram comidos na mesa da escravidão”, realçou.
“Recuperemos a memória e aprendamos a reconhecer o pão falso que ilude e corrompe, porque é fruto do egoísmo, da autossuficiência e do pecado”, acrescentou.
O Papa disse que na Eucaristia se comunica o “amor do Senhor”, um amor “gratuito” que está sempre disponível para quem quer “recuperar as suas forças”.
“Jesus, defende-nos da tentação do alimento mundano que nos torna escravos, a comida envenenada; purifica a nossa memória, para que não fique prisioneira na seletividade egoísta e mundana, mas seja memória viva da tua presença ao longo da história do teu povo, memória que se faz ‘memorial’ do teu gesto de amor redentor”, concluiu.
O Vaticano anunciou que o Papa abdicou de acompanhar a procissão eucarística nas ruas de Roma, até à Basílica de Santa Maria Maior, deslocando-se em carro fechado para este local, onde concederá a bênção solene.
Francisco decidiu não seguir nesta procissão no papamóvel para, “segundo o espírito da celebração”, permitir que a atenção dos fiéis permaneça concentrada “no Santíssimo Sacramento exposto e levado em procissão”.