As questões financeiras e administrativas têm dominado a quinta reunião do Papa Francisco com o Conselho de Cardeais, que se iniciou na terça-feira. Em declarações aos jornalistas, o padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, admitiu mudanças no IOR – Instituto para as Obras de Religião sublinhando que esta instituição se encontra numa fase de “transição e de desenvolvimento”.
Notícias publicadas nos últimos dias davam conta da possibilidade de substituição do presidente da instituição, Ernst Von Freyberg, nomeado por Bento XVI em fevereiro de 2013, logo após o anúncio da sua renúncia ao pontificado. Os trabalhos contaram, nestes dias, com a participação de alguns elementos da Comissão Cardinalícia de Vigilância do IOR.
Ouçamos um excerto das declarações do Padre Lombardi nesta terça-feira aos jornalistas:
“O IOR encontra-se num tempo de transição e de desenvolvimento, natural e sereno. O contributo de Ernst von Freyberg continua a ser profundamente apreciado e avaliado de forma muito positiva. Novas clarificações são possíveis e mesmo verosímeis na próxima semana, após o encontro com o Conselho para a Economia, que terá lugar no sábado.”
Entretanto, o Padre Lombardi referiu que os oito membros deste conselho consultivo, oriundos dos cinco continentes, têm sido sempre acompanhados pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, como membro de “pleno direito”, pelo que podemos começar a falar de um ‘C9’ (Conselho de 9 Cardeais) e não de um C8.
Os participantes na reunião estão, assim, a analisar também a situação da Secretaria de Estado do Vaticano e do Governatorato, estando prevista uma nova análise aos vários organismos da Cúria Romana, rumo a uma “reformulação”. Contudo, o Padre Lombardi adiantou que “não se pode falar ainda da existência de um rascunho de uma nova Constituição Apostólica sobre a Cúria Romana”.