“Compaixão, partilha, Eucaristia: este o caminho que Jesus nos indica neste Evangelho” – sublinhou o Papa Francisco, neste domingo ao meio-dia, na Praça de São Pedro, comentando a liturgia deste dia, com o episódio da multiplicação dos pães, segundo São Mateus…
“Perante a multidão que o assedia e – por assim dizer – não o deixa em paz, Jesus não reage com irritação, mas sente compaixão… Ele sabe que as pessoas não o procuram por curiosidade, mas por necessidade… Jesus ensina-nos a colocar as necessidades dos pobres acima das nossas. As nossas exigências, embora legítimas, nunca serão tão urgentes como as dos pobres, que não têm o necessário para viver”.
No que diz respeito à partilha, “é útil confrontar a reacção dos discípulos perante aquelas pessoas cansadas e cheias de fome com a de Jesus”...
“Duas reações diferentes, que reflectem duas lógicas opostas. Jesus raciocina segundo a lógica de Deus, que é a da partilha”.
Se tivesse mandado embora as pessoas, muitos teriam ficado sem comer… Assim, aqueles poucos pães e peixes, partilhados e abençoados por Deus, bastaram para toda a gente… Mas não se trata de magia!
“Atenção: não é magia, é um sinal! Um sinal que convida a ter fé em Deus, Pai providente, que não nos deixa faltar o pão nosso de cada dia, se o soubermos partilhar como irmãos!”
Finalmente, a terceira mensagem deste Evangelho, segundo o Papa Francisco, é que este prodígio dos pães preanuncia a Eucaristia, como se vê desde logo no gesto de Jesus, que “recitou a bênção” antes de partir o pão e o distribuir pela multidão. É o mesmo gesto que Jesus faz na Última Ceia, quando instituir o memorial perpétuo do seu Sacrifício redentor. Na Eucaristia Jesus… dá o pão da vida eterna, dá-se a Si mesmo, oferecendo-se ao Pai por nosso amor.
Recapitulando, o Papa recordou de novo que “partilha – comunhão – Eucaristia” constitui o caminho que Jesus nos indica neste Evangelho: caminho que nos leva a enfrentar com fraternidade as necessidades deste mundo, mas nos conduz para além deste mundo.