Esta segunda jornada do Papa Francisco na Coreia decorre na cidade de Deajeon, uns 140 Km a sul da capital, Seul, e também num santuário que dista dali uns 50 KM.
De manhã (era noite na Europa), o Papa celebrou a Missa num estádio. Almoçou depois, no Seminário local, com uns 20 jovens, rapazes e raparigas, em representação dos jovens asiáticos vindos à Coreia, de diferentes países, para o Encontro continental.
De tarde (que corresponde à manhã na Europa e África), o Papa desloca-se ao santuário de Solmoe, para se encontrar com os milhares de jovens que participam na Jornada da Juventude Asiática…
Neste dia 15 de agosto, o Papa presidiu, às 10 horas da manhã (eram 3 da madrugada em Roma , 2 em Angola), num Estádio da cidade de Daejeon, à Missa da solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Participaram umas cinquenta mil pessoas, a lotação máxima do local.
Na homilia, partindo das leituras da Missa, o Papa sublinhou que esta festa nos “convida a tomar consciência do futuro que, já desde agora, abre diante de nós o Senhor Ressuscitado” e também que “a verdadeira liberdade se encontra no amoroso acolhimento da vontade do Pai”.
E exortou os católicos coreanos a invocarem “a Mãe da Igreja na Coreia”, pedindo-lhe nomeadamente que os ajude a serem fiéis à liberdade recebida no dia do Batismo; guie os esforços para transformar o mundo segundo o plano de Deus; e torne a Igreja neste país capaz de ser fermento do Reino de Deus na sociedade coreana.
Possam os cristãos nesta nação ser uma força generosa de renovação espiritual… combatam o fascínio do materialismo que sufoca os autênticos valores espirituais e culturais e também o espírito de desenfreada competição que gera egoísmo e conflitos; rejeitem modelos económicos desumanos que criam novas formas de pobreza e marginalizam os trabalhadores, bem como a cultura da morte que desvaloriza a imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a dignidade de cada homem, mulher e criança.
“Como católicos coreanos, herdeiros duma nobre tradição – advertiu o Papa - sois chamados a valorizar esta herança e a transmiti-la às gerações futuras. Isto implica para cada um a necessidade duma renovada conversão à Palavra de Deus e uma intensa solicitude pelos pobres, os necessitados e os fracos que vivem no meio de nós.”
Propondo Maria como “Mãe da nossa esperança”, Papa Francisco assegurou que “esta esperança – a esperança oferecida pelo Evangelho – é o antídoto contra o espírito de desespero que parece crescer como um cancro no meio da sociedade, que exteriormente é rica e todavia muitas vezes experimenta amargura interior e vazio”.
No final da celebração, por volta do meio-dia, antes da recitação das Ave-Marias, oferecendo à Virgem “as nossas alegrias, os nossos sofrimentos e as nossas esperanças”, o Papa evocou as pessoas que perderam a vida no recente naufrágio do navio para transporte local de passageiros e por todos aqueles que sofrem ainda – disse - as consequências deste grande desastre nacional.
O Senhor acolha os defuntos na sua paz, console as pessoas que choram e continue a sustentar aqueles que tão generosamente acorreram em auxílio dos seus irmãos e irmãs. Este trágico acontecimento, que uniu todos os coreanos na dor, os confirme no seu compromisso de trabalhar juntos e solidários para o bem comum.