“Tende confiança na força da cruz de Cristo. Acolhei a sua graça reconciliadora e partilhai-a com os outros.” – esta mensagem tweet hoje mesmo distribuída pelo Papa resume de certo modo a mensagem que ele quis deixar aos fiéis coreanos, no final da sua visita de cinco dias. Partindo de Seul às 13 horas locais (eram 6 da manhã em Roma), o avião das Linhas Aéreas Coreanas em que viaja o Papa deverá chegar ao aeroporto romano de Ciampino perto das 18 de Roma, após um voo de quase 12 horas.
A viagem concluiu-se com a “Missa pela paz e pela reconciliação na Coreia”, celebrada esta manhã na catedral de Seul, na presença da Presidente coreana, Park Geun-hye. Como disse o próprio Papa na homilia, tratou-se de “uma oração pela reconciliação nesta família coreana”.
Partindo da primeira leitura, que referia a promessa feita por Deus, no Antigo Testamento, de restar a unidade e prosperidade do povo disperso pela desgraça e pela divisão, o Papa sublinhou a esperança de saber que há “um futuro que Deus está desde já a preparar para nós”. Uma promessa contudo ligada ao mandamento de retornar a Deus e de obedecer à sua Lei.
Escutando esta promessa, no contexto da experiência histórica do povo coreano, uma experiência de divisão e conflito que dura desde há mais de 60 anos, Papa Francisco insistiu no convite que Deus faz aos seguidores de Cristo para verificarem “a qualidade da sua contribuição para a construção de uma sociedade justa e humana”.
(Deus) Chama cada um de vós a reflectir sobre o testemunho que dá, como indivíduo e como comunidade, de compromisso evangélico com os desfavorecidos, os marginalizados, com aqueles que não têm emprego ou estão excluídos da prosperidade que muitos usufruem. Chama-vos, como cristãos e como coreanos, a repelir com firmeza uma mentalidade fundada sobre a suspeita, a confrontação e a competição, optando antes por favorecer uma cultura plasmada pelo ensinamento do Evangelho e pelos mais nobres valores tradicionais do povo coreano.
Recordando a oração do Pai nosso, em que pedimos diariamente o perdão dos nossos pecados, “assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, o Papa observou que “Jesus pede-nos para acreditarmos que o perdão que leva à reconciliação”.
Será o próprio Senhor a dar-nos esta graça, como fruto da “força infinita da Cruz de Cristo”. É a Cruz de Cristo – sublinhou – que revela o poder que Deus tem de superar toda a divisão, curar todas as feridas, restaurar os vínculos de amor fraterno”. É esta a mensagem que o Papa deixa aos cristãos coreanos:
tende confiança na força da cruz de Cristo; acolhei nos vossos corações a sua graça reconciliadora e partilhai-a com os outros. Peço-vos que deis um testemunho convincente da mensagem reconciliadora de Cristo nas vossas casas, nas vossas comunidade e em todas as esferas da vida nacional.