Contemplar, sair, fazer escola - Papa Francisco ao Movimento dos Focolares

Contemplar, sair, fazer escola - Papa Francisco ao Movimento dos Focolares

 “Contemplar”, “sair”, “fazer escola” – os três pontos fundamentais indicados pelo Papa Francisco ao Movimento dos Focolares, recebendo esta manhã os participantes na respectiva Assembleia geral, que confirmou a sucessora de Chiara Lubich, Maria Voce como Presidente (na foto), para mais um mandato de seis anos. O Papa recordou que o núcleo da mensagem e vida dos Focolares mantém hoje em dia toda a sua actualidade.

A cinquenta anos do Concílio Vaticano II, a Igreja está chamada a percorrer uma nova etapa da evangelização, testemunhando o amor de Deus por cada pessoa, a começar pelos mais pobres e excluídos, e para fazer crescer – com a esperança, a fraternidade e a alegria – o caminho da humanidade em direcção à unidade.

O Papa evocou “o carisma da unidade que o Pai quer dar à Igreja e ao mundo” como uma característica central da Obra de Maria – conhecida como Movimento dos Focolares – tendo palavras de “afeto e reconhecimento” em relação à fundadora, Chiara Lubich, “extraordinária testemunha deste dom” – disse.
Convidando os “Focolares” a colaborar no esforço que hoje se pede à Igreja – de oferecer “com responsabilidade e criatividade” o próprio contributo para a evangelização, Papa Francisco apontou nesse sentido três palavras chave: contemplar, sair, fazer escola.

Antes de mais, contemplar. Precisamos… de contemplar Deus e as maravilhas do seu amor, de permanecer n’Ele…
Contemplar significa também viver na companhia dos irmãos e irmãs, partilhar com eles o Pão da comunhão e da fraternidade.


O Santo Padre encorajou os membros do Movimento dos Focolares a permanecerem fiéis a este ideal de contemplação, na procura da união com Deus e no amor mútuo com os irmãos e as irmãs, alimentando-se das riquezas da Palavra de Deus e da Tradição da Igreja.

A segunda palavra, muito importante porque exprime o movimento da evangelização, é sair.

“Sair” como Jesus saiu do seio do Pai para anunciar a palavra do amor a todos, até doar-se por inteiro no madeiro da cruz. Há que aprender de Jesus “esta dinâmica do êxodo e do dom, do sair de si, do caminhar e semear sempre de novo”… Para tal, é preciso tornar-se perito na “arte” do “diálogo”, que não é fácil de aprender… Com a ajuda de Deus, é preciso enfrentar as afrontas e dificuldades, como diz a Carta aos Hebreus.



É preciso sair com coragem ao encontro d’Ele fora do acampamento, levando a sua desonra. O Senhor nos espera, na provações e nos gemidos dos nossos irmãos, nas chagas da sociedade e nas interrogações da cultura do nosso tempo.

Finalmente, “fazer escola”. E aqui Papa Francisco recordou o convite que João Paulo II dirigiu a toda a Igreja, no início do novo milénio, a tornar-se “casa e escola de comunhão”.

Vós tomastes a sério esta indicação. Há que formar, como exige o Evangelho, homens e mulheres novos. Para tal, ocorre uma escola de humanidade à medida da humanidade de Jesus. É Ele, de facto, o Homem novo…

Chiara Lubich gostava de usar uma expressão que mantém hoje grande actualidade. Ela dizia que eram precisos “homens-mundo”.

Homens e mulheres com a alma, o coração, a mente de Jesus – e portanto capazes de reconhecer e de interpretar as necessidades, preocupações e esperanças que habitam o coração de cada um.