O Papa Francisco disse hoje que o homem vê-se como um "Deus" e devasta a "criação, a vida, as culturas, os valores e a esperança".
"O homem crê-se Deus. As guerras que continuam a não germinar vida, a indústria da destruição que descarta os jovens, os idosos, uma cultura descartável", afirmou esta tarde o Papa na homilia da celebração eucarística a que presidiu no cemitério em 'Campo Verona', Roma.
Francisco partiu de três imagens que, disse, surgiram ao ouvir a leitura do evangelho das Bem-aventuranças: "devastação", "vítimas", "Deus".
"Nós somos capazes de devastar a terra e isto é o que estamos a fazer: a devastar a criação, a vida, as culturas, os valores, a esperança", afirmou, lembrando a "imensidão de povos que têm de fugir para salvar a vida, têm medo, são perseguidos pela sua fé".
O Papa criticou a "cultura do descartável" que esquece "as crianças, os velhos, os jovens sem trabalho".
"Por favor salvação, por favor paz, por favor pão, por favor trabalho, por favor filhos e avós, por favor jovens com dignidade para poderem trabalhar".
No dia em que a Igreja católica celebra todos os santos, o Papa quis lembrar quantos "nasceram da grande tribulação", "pecadores como nós", "mas que o Senhor santifica".
Francisco afirmou que "aquilo que o homem será, não foi ainda revelado": "hoje sabemos que fomos feitos à sua imagem e semelhança", recordou, apontando o caminho de "esperança" e de bem-aventuranças para que no "momento do encontro definitivo com Deus" o homem se torne santo.
"Que o Senhor nos ajude e nos dê a sua graça de ter esperança, mas também a graça para ter coragem de sair de tudo o que é destruição, devastação, relativismo de vida, exclusão dos valores, exclusão de tudo o que o Senhor nos deu: exclusão de paz".
"Esta esperança não desilude", finalizou.
No inícicio de novembro a Igreja católica assinala, no dia 1, a celebração de Todos os Santos, e no dia 2 a Memória dos Fiéis Defuntos.
Como é tradição, o Papa irá visitar, este domingo, as grutas do Vaticano para um momento de oração pelos pontífices que já faleceram.
Na segunda-feira, 3 de novembro, o Papa preside a uma Missa pelos cardeais e bispos falecidos no último ano.