O Papa Francisco esta reunido desde esta Quarta-feira com o Conselho de Cardeais que criou para o auxiliarem na reforma da Cúria Romana, o chamado ‘C9’.
Este é o sétimo encontro do género, no atual pontificado, e o primeiro depois de em setembro o conselho consultivo ter apresentado um esboço de nova Constituição para a Cúria Romana, organismos centrais do governo da Igreja.
O trabalho está mais avançado no que diz respeito às questões económicas e administrativas e às questões relacionadas com os departamentos de economia, após a instituição do Conselho e da Secretaria para a Economia, liderada pelo cardeal australiano D. George Pell.
Nomeado pelo Papa em abril de 2013, o Conselho de Cardeais é composto pelo secretário de Estado do Vaticano, D. Pietro Parolin, e por D. Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, presidente da Cáritas Internacional; D. Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano; D. Francisco Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile; D. Oswald Gracias, arcebispo de Bombaím, na Índia; D. Reinhard Marx, arcebispo de Munique (Alemanha); D. Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo; D. Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston, nos EUA, e D. George Pell; o secretário do C9 é o bispo italiano D. Marcello Semeraro.
O documento que regulamenta atualmente a Cúria Romana é a constituição 'Pastor Bonus', assinada por São João Paulo II a 28 de junho de 1988.
O Papa disse em entrevista ao jornal argentino ‘La Nación’ que há “resistências” às mudanças que quer introduzir, considerando “muito bom sinal” que as divulguem,
Francisco admitiu ter “uma saudável dose de inconsciência”, para levar este processo por diante, apesar de “a reforma espiritual” ser a que mais o preocupa.
Em relação ao Sínodo dos Bispos, o Papa argentino fala num “processo”, admitindo que em relação aos divorciados recasados é preciso “abrir um pouco mais as portas”.
Também o Papa emérito Bento XVI falou sobre este tema, em declarações ao jornal alemão ‘Frankfurter Allgemeine’, a respeito da reelaboração de um texto de 1972 a respeito da indissolubilidade e da possibilidade de acesso à Eucaristia dos divorciados que voltaram a casar.
Bento XVI considera “um absurdo” ver na revisão do texto, para publicação na sua ‘Opera Omnia’, uma intromissão no debate do Sínodo dos Bispos sobre a família.