O Papa alertou hoje no Vaticano para os grupos de católicos que querem “privatizar” a fé e reduzir a Igreja Católica a “elites”, mostrando desprezo pelos outros.
“Alguns” desprezam os outros, desertam da comunidade total, desertam do povo de Deus, privatizaram a salvação: ‘a salvação é para mim e para o meu grupinho, não para todo o povo de Deus’. Isto é um erro muito grande”, advertiu, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
Para Francisco, estas “elites eclesiais” podem incluir pessoas que com “boa vontade” e que se julgam bons cristãos, mas que acabam por formar “grupinhos” que se afastam da comunidade católica.
“Deus salva-nos num povo, não nas elites que nós fizemos com as nossas filosofias ou o nosso modo de entender a fé”, observou.
O Papa convidou os católicos a assumir a linguagem da “fé, da esperança e das obras de caridade”, como parte de um “povo”, prestando atenção aos outros.
“Para não privatizar a fé, devo perguntar-me a mim mesmo se eu falo, comunico a fé; falo, comunico a esperança; falo, faço e comunico a caridade”, apelou.
“Há o perigo de esquecer que Jesus nos salvou pessoalmente, mas num povo. Num povo. O Senhor salva sempre no povo”, concluiu Francisco.