O Papa recebeu, nesta segunda-feira, 4 de maio, os Bispos da República do Congo em Visita Ad Limina. Ao recordar a guerra civil que assolou o país durante o final dos anos de 1990, o Papa Francisco exortou os Bispos para serem corpo de uma “Igreja com a missão de reconciliar os corações, de reaproximar as comunidades divididas e de construir uma nova fraternidade ancorada no perdão e na solidariedade”.
O Papa felicitou em seguida a Conferência do Congo pelas suas reflexões, nos últimos anos, sobre a missão dos leigos na Igreja e na sociedade, e saudou a sua notável contribuição na obra de evangelização. É importante que a vossa pastoral, disse, ajude os seus movimentos de espiritualidade e apostolado a redescobrir e reafirmar a sua vocação para um "testemunho credível de leigos à verdade salvífica do Evangelho, ao seu poder de purificar e transformar o coração humano e a sua fecundidade para construir a família humana na unidade, justiça e paz".
E quanto à ajuda recíproca e a solidariedade entre as Igrejas locais, eles se devem traduzir igualmente na promoção do espírito missionário antes de tudo dentro da África, disse o Papa Francisco que também recordou o apelo solene do Beato Papa Paulo VI em Kampala, quando disse: "Vós, africanos, já sois agora missionários de vós mesmos!”.
A tradição católica no Congo recentemente ganhou – recordou o Papa – um novo local sagrado: na Diocese de Dolisie, em Louvakou, foi inaugurado o Santuário da Divina Misericórdia que já é meta de peregrinação e de encontros espirituais. “Espero vivamente que o Santuário se torne um lugar onde o povo de Deus vá para reafirmar a sua fé, principalmente por ocasião do próximo Jubileu extraordinário da Misericórdia”, escreveu o Papa na mensagem entregue aos Bispos.
A República do Congo é de maioria cristã, da qual cerca de 55% são católicos. Aproximadamente um terço da população segue as religiões tradicionais locais. Os muçulmanos são menos de 2% da população. Recentemente, três novas dioceses foram criadas no país. “Isso testemunha a vitalidade da Igreja Católica, assim como o zelo apostólico dos seus pastores que está no coração da evangelização”, afirmou ainda o Santo Padre.
Em 2001, as tensões acalmaram-se e em 2002 foram realizadas eleições presidenciais que abriram o país à economia de mercado e à democracia, apesar do forte clima de incerteza. O presidente eleito foi Sassou-Nguesso, que até hoje se perpetua no poder.