O Papa Francisco teve na manhã desta segunda-feira um breve encontro com algumas religiosas da Terra Santa: irmãs carmelitas e irmãs do Rosário vindas de Belém a Roma para as canonizações das duas religiosas palestinianas, ontem reconhecidas solenemente como santas. O Santo Padre rezou com elas uma Avé Maria e pediu-lhes para rezarem pela paz na Terra Santa e pelos cristãos perseguidos:
“Rezar às duas novas santas pela paz na vossa terra, para que acabe esta guerra interminável e haja paz entre os povos. E rezar pelos cristãos perseguidos, expulsos das suas casas, da terra e também a “perseguição com luvas brancas”.
Entretanto, a propósito das duas religiosas palestinianas, agora santas, deixamos aqui o perfil de ambas feito pelo Padre Rifat Bader, diretor do Centro Católico para os Estudos e os Media de Amã na Jordânia, que falou à Rádio Vaticano. Em primeiro lugar, Maria Alfonsina, que é a fundadora da Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém, que é a única congregação autóctone da Terra Santa, ainda hoje ali fortemente presente:
“Maria Alfonsina, seguindo o desejo da Virgem Maria, fundou essa congregação. É uma presença realmente grande agora, sobretudo no campo educacional, com muitas escolas na Jordânia, Palestina, Israel e Líbano. É uma missão educacional para muçulmanos e cristãos porque a sua escola é aberta a todos os cidadãos, sem discriminação. Este é também um exemplo de diálogo que mostra que estamos sempre abertos para oferecer um serviço educacional, positivo para as nossas sociedades árabes.”
“Quando falamos do tempo em que viveu a religiosa, a mulher era colocada à margem da sociedade. Falamos de uma coragem realmente extraordinária. No final, descobriu-se que a Virgem Maria pediu-lhe para fundar essa congregação e de fazer tantas coisas.”
Padre Bader fez também um breve perfil da Irmã Maria de Jesus Crucificado, carmelita descalça:
“Era uma mulher analfabeta que entendeu que a força de Deus passa pela humildade e simplicidade evangélica. Podemos falar sobre essa religiosa como exemplo das pessoas que sofrem por causa do extremismo: um jovem queria fazer com que ela mudasse de religião. Ela recusou e esse rapaz tentou matá-la, mas a Virgem Maria sempre a salvou. Este é um exemplo do sofrimento que temos em relação à religião no Médio Oriente. Sofremos por causa do extremismo, mas esperamos que as religiões sejam sempre um sinal de reconciliação e paz. A religião não deve nunca ser usada para a violência: a religião é um exemplo de simplicidade, de humildade e de paz.”