O Papa recordou hoje no Vaticano os “desafios” e “dificuldades” que as mulheres têm de enfrentar em várias partes do mundo, incluindo a “discriminação” laboral no Ocidente e a violência doméstica.
“Elas ainda são forçadas a escolher, muitas vezes, entre trabalho e família; não raramente, são vítimas da violência na sua vida como noivas, mulheres, mães, irmãs e avós”, alertou Francisco, numa mensagem divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.
O Papa dirigia-se aos participantes na II Conferência Internacional sobre as mulheres, organizada entre sexta-feira e domingo pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (Santa Sé), juntamente com a União Mundial das Organizações Femininas Católicas (UMOFC) e a Aliança Mundial das Mulheres pela Vida e a Família (WWALF).
O texto realça o compromisso dos católicos na defesa de “cada vida - desde a sua conceção até ao seu fim natural”, para que esta seja “dignificada”, livre dos flagelos da “fome e da pobreza, da violência e da perseguição”.
Segundo o Papa, é necessário “dar voz às instâncias promovidas pelo universo católico feminino nos processos internacionais”.
“Nos países em vias de desenvolvimento e nos mais pobres são as mulheres que suportam o maior peso sobre os ombros; que percorrem quilómetros por dia em busca de água; que morrem ao dar à luz um filho; que são sequestradas a fim de exploração sexual ou forçadas a casar demasiado jovens ou contra a sua vontade”, advertiu.
“Às vezes negam-lhes até o direito à vida, só por serem do sexo feminino”, acrescentou Francisco.
A mensagem assinala que todas estas problemáticas se refletem nas propostas de Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável que estão em debate nas Nações Unidas.
“A vós, que estais comprometidos na defesa da dignidade das mulheres e na promoção dos seus direitos, gostaria de pedir que vos deixeis guiar pelo espírito de humanidade e de compaixão no serviço ao próximo”, apelou.
O Papa elogia os “dons incomensuráveis com os quais Deus enriqueceu a mulher”, tornando-a “capaz de compreensão e de diálogo”, de “sensibilidade para curar as feridas e cuidar de todas as vidas”.
“Estes aspetos, juntamente com outros, fazem parte do ‘génio feminino’ que se tem de poder manifestar plenamente, em benefício de toda a sociedade”, concluiu.
O tema desta conferência internacional é ‘Mulheres rumo à agenda para o desenvolvimento pós-2015’, reunindo mais de 100 participantes dos cinco continentes.