O Papa encontrou-se hoje no Vaticano com cerca de 200 franciscanos e desafiou os religiosos da ordem a manter o “prestígio” que conquistaram com o seu exemplo de "pobreza".
“Vós herdastes uma autoridade no povo de Deus com a menoridade, com a fraternidade, com a mansidão, com a humildade, com a pobreza. Por favor, conservai-a, não a percais. O povo gosta de vós, ama-vos", disse Francisco, perante os participantes no capítulo geral que acaba de reeleger frei Michael Perry, norte-americano, como responsável máximo da Ordem dos Frades Menores.
“Aqueles que, pelo contrário, se apegarem aos bens e riquezas do mundo, depositando nelas a sua segurança, será o próprio Senhor a desnudá-los”, alertou.
O Papa argentino desafiou os presentes a superar “esquemas e visões pessoais” para testemunhar uma “proximidade concreta aos pobres, carentes e marginalizados, em atitude de partilha e serviço”.
“Quem não se reconhece como ‘menor’, como pecador, não compreende a misericórdia. Quanto mais conscientes estamos de ser pecadores, mais próximos estaremos da salvação”, disse.
Francisco sublinhou ainda a importância da “fraternidade” e do trabalho dos religiosos em favor da “misericórdia, reconciliação e paz”.
O Papa leu o Capítulo III da Regra de São Francisco: “Aconselho, admoesto e exorto meus frades no Senhor Jesus Cristo que, quando vão pelo mundo, não litiguem nem contendam com palavras, nem julguem os outros; mas sejam amáveis, pacíficos e modestos, mansos e humildes, falando a todos honestamente... e em qualquer casa em que entrem, digam primeiro: Paz a esta casa”.
Para Francisco, estas exortações são muito atuais, remetendo para uma existência “cristã e religiosa” livre de “discussões e mexericos”.