O Papa presidiu esta Quinta-feira à Missa da solenidade litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como ‘Corpo de Deus’, na Basílica de São João de Latrão, denunciando as “idolatrias” contemporâneas.
Francisco disse na sua homilia que “o aparecer, o consumir, o ‘eu’ no centro de tudo” são essas idolatrias que passam também pelo “competir, a arrogância como atitude vencedora, nunca admitindo ter errado ou ter necessidade”.
“Tudo isto nos rebaixa, nos torna cristãos medíocres, tépidos, insípidos, pagãos”, alertou, perante centenas de pessoas.
Francisco afirmou que a presença de Cristo, “no sinal do pão e do vinho”, exige que a força do amor “ultrapasse qualquer ferida” e se torne “comunhão com o pobre, ajuda para o fraco, atenção fraterna para os que têm dificuldade em aguentar o peso da vida diária”.
A participação na Eucaristia, prosseguiu, coloca os católicos num caminho de vida que “não admite divisões”.
“Desagregamo-nos quando não somos dóceis à Palavra do Senhor, quando não vivemos a fraternidade entre nós, quando corremos para ocupar os lugares da frente, quando não temos a coragem de testemunhar a caridade, quando não somos capazes de oferecer esperança”, advertiu.
O Papa apresentou Jesus como “pão da vida” que causa “espanto” na Igreja, “um espanto que alimenta cada vez mais a contemplação, a adoração, a memória”.
A intervenção aludiu ainda à procissão pelas ruas de Roma, neste dia do Corpo de Deus: “Que possa exprimir o nosso reconhecimento por todo o caminho que Deus nos fez percorrer através do deserto das nossas pobrezas”.
“Veneremos no nosso coração os irmãos e irmãs a que foi pedido o sacrifício da vida por fidelidade a Cristo: o seu sangue, unido ao do Senhor, seja penhor de paz e de reconciliação para todo o mundo”, pediu o Papa.
No final da procissão, na Basílica de Santa Maria Maior, Francisco concede a bênção solene a todos os participantes.