Quarta-feira, 17 de junho: o Papa Francisco na audiência geral propôs uma catequese sobre o luto na família. O Santo Padre começou por referir o episódio da viúva de Naim relatado por S. Lucas no capítulo 7 no qual Jesus se compadece da dor daquela mãe e nos faz ver a potência de Deus perante a morte.
Todas as famílias, sem exceção, devem lidar com a experiência da morte – afirmou o Santo Padre. A morte faz parte da vida, mas quando se dá na família, é muito difícil vê-la como algo natural. Pensemos nos pais que vivem a desoladora experiência de ter de enterrar os seus filhos, ou nas crianças que ficam órfãs: algo difícil de explicar.
“A morte toca e quando é um filho, toca profundamente” – disse o Papa. A perda de um filho é como parar o tempo, onde passado e futuro já não se distinguem. Toda a família fica paralisada. O mesmo acontece para o menor que fica órfão e, com sofrimento e que pergunta onde está o pai ou a mãe.
Jesus ensina-nos a não temer a morte – frisou o Santo Padre – mas também a vivenciá-la de forma humana. Ele mesmo chorou e ficou perturbado ao compartilhar o luto de uma família querida. Quando uma família em luto encontra forças para perseverar na fé e no amor experimenta que o amor é mais forte do que a morte – afirmou o Papa Francisco:
“No povo de Deus, com a graça da sua compaixão dada em Jesus, tantas famílias demonstram com factos que a morte não tem a última palavra. Todas as vezes que a família no luto – mesmo terrível – encontra a força de conservar a fé e o amor que nos unem àqueles que amamos, está a impedir a morte de tomar tudo. A escuridão da morte deve ser enfrentada com um mais intenso trabalho de amor.”
No final da sua catequese o Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, particularmente os membros do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase e do Instituto D. Helder Câmara: sejam bem-vindos! Faço votos de que nos vossos corações reine a certeza de que o amor misericordioso do Pai celeste não esquece ninguém e se revela especialmente próximo daqueles que são deixados para trás pela cultura do descarte. Que Deus abençoe a cada um de vós e quantos vos são queridos.”
Nas saudações em italiano dois apelos importantes. O primeiro sobre a Encíclica que se publica amanhã dia 18 de junho:
Amanhã, como sabeis, será publicada a Encíclica sobre o cuidado da “casa comum” que é a criação. Esta nossa casa está-se arruinando e isso prejudica a todos, especialmente os mais pobres. Portanto, o meu apelo é à responsabilidade, com base na tarefa que Deus deu ao ser humano na criação: “cultivar e preservar” o “jardim” em que ele o colocou (cfr Gen 2,15). Convido todos a acolherem com ânimo aberto este Documento, que se coloca na linha da Doutrina Social da Igreja.”
A seguir o Papa lembrou o Dia Mundial do Refugiado, promovido pelas Nações Unidas:
“Sabado próximo ocorre o Dia Mundial do Refugiado, promovido pelas Nações Unidas. Rezemos por tantos irmãos e irmãs que buscam refúgio longe da sua terra, que buscam uma casa onde poder viver sem temor, para que sejam sempre respeitados na sua dignidade. Encorajo a obra de quem lhes leva um auxílio e faço votos de que a comunidade internacional atue de maneira conforme e eficaz para prevenir as causas das migrações forçadas. Convido todos a pedir perdão pelas pessoas e as instituições que fecham a porta a esta gente que busca uma família, que busca proteção.”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção!