Foi debaixo de uma chuva intensa que o Papa Francisco chegou à cidade de Assuncion, capital do Paraguai nesta sexta-feira dia 10 de Julho. O mau tempo não desencorajou os paraguaios que vieram em massa pelas estradas para saudar o Santo Padre.
No aeroporto de Assuncion, a cerimónia de boas-vindas decorreu ao sabor de uma sugestiva coreografia com danças e cânticos guarani. A acolher o Papa estava o Presidente Horácio Cartes.
O primeiro discurso do Papa Francisco foi no encontro com as autoridades no Palácio Presidencial. O Santo Padre agradeceu a hospitalidade e recordou a dolorosa história do Paraguai que entre os séculos XIX e XX sofreu conflitos fratricidas, falta de liberdade e violações dos direitos humanos:
“Quanta dor e quanta morte! Mas é admirável a tenacidade e o espírito de superação do povo paraguaio para se refazer perante tanta adversidade e prosseguir nos seus esforços para construir uma nação próspera e em paz.”
No seu discurso o Santo Padre prestou homenagem aos milhares de paraguaios simples, cujos nomes não aparecerão escritos nos livros de história “mas que foram e continuam a ser verdadeiros protagonistas da vida do seu povo”. Em particular, o Papa reconheceu com emoção e admiração o papel desempenhado pela mulher paraguaia nestes momentos dramáticos da história do país.
Reconhecendo que já há alguns anos que o Paraguai está empenhado na construção de um projeto democrático sólido e estável e empenhado também em combater a corrupção, o Papa Francisco exortou os paraguaios a potenciarem o diálogo como meio privilegiado para favorecer o bem comum.
Salientando a cultura do encontro e o respeito das legítimas diferenças de opinião como base para a superação dos conflitos e das divisões ideológicas, o Santo Padre declarou que os pobres devem ser a prioridade:
“Os pobres e necessitados deverão ocupar um lugar prioritário. Estão-se a cumprir muitos esforços para que o Paraguai progrida no caminho do crescimento económico. Houve passos importantes nos campos da educação e da saúde. Não pare o esforço de todos os atores sociais, enquanto existirem crianças sem acesso à instrução, famílias sem casa, trabalhadores sem um trabalho digno, agricultores sem uma terra para cultivar e tantas pessoas obrigadas a emigrar para um futuro incerto.”
“…que não haja mais vítimas da violência, da corrupção ou do narcotráfico. Um desenvolvimento económico que não tem em conta os mais fracos e infelizes, não é um verdadeiro desenvolvimento.”
Na conclusão do seu discurso o Papa Francisco assegurou a colaboração da Igreja Católica para “uma sociedade inclusiva” e que indica “o caminho da misericórdia” aberto por Cristo que “ilumina a caridade” para que ninguém se sinta marginalizado.