O Papa Francisco quis participar pessoalmente no encontro organizado pelo Vaticano que reúne autarcas de todo o mundo, de Nova Iorque a Paris, de São Paulo a Buenos Aires, sobre o tráfico de seres humanos, ou seja, as várias formas de escravidão moderna, além de mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável. No fim da conferência desta terça-feira (21), o Santo Padre foi recebido pela moderadora do evento, Valeria Mazza, uma modelo argentina. Ainda na sua chegada, abraçou os Cardeais Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento, e o brasileiro Cláudio Humes, prefeito emérito da Congregação para o Clero, empenhado pela protecção das populações da Amazónia.
No seu pronunciamento, em espanhol e de forma espontânea, o Santo Padre falou da sua esperança que as Nações Unidas façam “um acordo de base fundamental”, porque “a ONU precisa realmente assumir uma forte posição sobre estes problemas, em particular, sobre o tráfico de seres humanos, devido às mudanças climáticas. O Santo Padre disse também ter “grandes esperanças sobre o vértice de Paris em dezembro”.
Diante de uma pergunta que lhe foi feita, o Papa disse que “a Sua Encíclica não é uma ‘encíclica verde’ mas, uma ‘encíclica social’, porque, dentro dela, da vida social do homem, não podemos separar o cuidado com o ambiente. Mais ainda, o problema do ambiente é uma atitude social, que nos socializa”.
Francisco também enfatizou que a cultura do cuidado pelo ambiente não é uma atitude somente “digo, no bom sentido, verde, é muito mais. Cuidar do ambiente significa uma atitude de ecologia humana. Já não podemos dizer a pessoa está aqui, e a criação e o ambiente estão ali. A ecologia é total, é humana. Foi o que eu quis expressar na Encíclica Laudato si. Que não se pode separar o homem do resto. Existe uma relação de incidência mútua. Seja do ambiente sobre a pessoa, seja da pessoa no modo como trata o ambiente. E, também, o efeito de ‘rebote’ contra o homem, quando o ambiente é mal tratado”.