O Papa Francisco recordou hoje o bombardeamento contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, que classificou como "uma advertência perene" da humanidade para que se acabe com as armas nucleares.
“Há sessenta anos, a 6 e 9 de agosto de 1945, tiveram lugar os terríveis bombardeamentos atómicos sobre Hiroshima e Nagasaki. Passado tanto tempo, este trágico acontecimento suscita ainda horror e repulsa”, sublinhou, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a recitação do ângelus.
Segundo o Papa, o ataque norte-americano às cidades japonesas, no final da II Guerra Mundial, tornou-se um “símbolo do desmesurado poder destruidor do homem quando faz uso distorcido da ciência e da técnica”.
“Constitui uma advertência perene para a humanidade, a fim de que repudie para sempre a guerra e sejam banidas as armas nucleares e todas as armas de destruição massiva”, acrescentou.
O ataque contra Hiroshima matou entre 70 mil e 80 mil pessoas, cerca de 30% dos residentes da cidade, por causa da explosão e consequente onda de choque; uma segunda bomba atómica atingiu Nagasaki, três dias depois, provocando a morte de cerca de 75 mil pessoas, às quais se somaram milhares de outras que perderem a vida devido aos efeitos da radiação.
“Este triste aniversário chama-nos sobretudo a rezar e a empenhar-nos pela paz, para difundir no mundo uma ética de fraternidade e um clima de serena convivência entre os povos”, apelou Francisco.
“Que de toda a terra se eleve uma única voz: não à guerra, não à violência, sim ao diálogo, sim à paz. Com a guerra perde-se sempre, o único modo de ganhar uma guerra é não a fazer”, prosseguiu.
Ainda na mesma intervenção, o Papa manifestou a sua “preocupação” com as notícias l que chegam de El Salvador, “por causa da escassez de bens, da crise económica, dos fortes contrastes sociais e da crescente violência".
“Encorajo o querido povo salvadorenho a perseverar unido na esperança e exorto todos a rezar para quem na terra do Beato Óscar Romero voltem a florir a justiça e a paz”, pediu.
As quadrilhas juvenis conhecidas como ‘maras’ assassinaram este ano quase 3 mil pessoas no país, segundo a imprensa salvadorenha.