O Papa pediu este Domingo no Vaticano que as várias paróquias, casas religiosas e santuários da Europa abram as suas portas para acolher, pelo menos, uma família de refugiados entre as milhares de pessoas que fogem da “guerra” e da “fome”.
“Que cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada mosteiro, cada santuário de Europa acolha uma família, a começar pela minha Diocese de Roma”, apelou, no final da oração do ângelus que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
Francisco anunciou que as duas paróquias do Vaticano vão cumprir, desde já, este apelo, acolhendo duas famílias.
Segundo o Papa, “perante a tragédia de dezenas de milhares de deslocados que fogem da morte pela guerra e pela fome, e estão em caminho para uma esperança de vida”, o Evangelho chama todos a estar “próximos dos mais pequenos e abandonados”.
Recordando o aniversário da morte de Madre Teresa de Calcutá (5 de setembro), Francisco observou que o exemplo de vida desta religiosa mostra que “a misericórdia de Deus é reconhecida” nas obras de cada um.
“Portanto, na proximidade do Jubileu da Misericórdia, dirijo um apelo às paróquias, às comunidades religiosas, aos mosteiros e santuários de toda a Europa para que exprimam a realidade concreta do Evangelho e acolham uma família de refugiados, um gesto de preparação para o Ano Santo”, apelou.
Francisco defendeu que a Igreja tem a obrigação de dar uma “esperança concreta” a estas pessoas.
“Não apenas dizer: ‘coragem, paciência’. A esperança é combativa, com a tenacidade de quem se dirige para uma meta segura”, prosseguiu.
O Papa deixou votos de que os bispos da Europa apoiem este seu pedido nas várias dioceses, “recordando que a Misericórdia é o segundo nome do Amor”.
Na tradicional catequese, Francisco pediu que os católicos não vivam fechados em si próprios, criando “ilhas inacessíveis e inóspitas”, recordando o “milagre” com que Jesus cura “da surdez do egoísmo e do mutismo do encerramento”.