O Papa Francisco recordou esta Quarta-feira no Vaticano a sua recente visita a Cuba e aos EUA, onde encerrou o 8.º Encontro Mundial das Famílias, e pediu um novo “modelo de desenvolvimento”.
“A família, fundada sobre o pacto entre homem e mulher, é a pedra angular de toda a sociedade humana, o lugar do nosso nascimento e crescimento. Não existe um verdadeiro crescimento ou progresso real sem salvaguardar a dignidade da família”, declarou, perante cerca de 20 mil pessoas reunidas para a audiência pública semanal, na Praça de São Pedro.
Após uma viagem de 10 dias, a mais longa do atual pontificado, que se encerrou na segunda-feira, o Papa insistiu na necessidade de propor a vida familiar como “resposta” aos problemas que afetam o mundo contemporâneo.
“A família é a resposta, porque é a célula de uma sociedade que equilibra a dimensão pessoal e a comunitária e que, ao mesmo tempo, pode ser o modelo de uma gestão sustentável dos bens e dos recursos da criação”, precisou.
Partindo da “aliança fecunda entre o homem e a mulher”, Francisco sublinhou que a vida familiar surge como antídoto para “a fragmentação e a massificação”, que “sustentam o modelo económico consumista”.
“A família é o sujeito que protagoniza uma ecologia integral, porque é o sujeito social primário, que contém no seu seio os dois princípios base da civilização humana sobre a terra: o princípio da comunhão e o princípio da fecundidade”, desenvolveu.
O Papa evocou as passagens por Washington, Nova Iorque e Filadélfia, para elogiar a “base religiosa e moral” do crescimento dos Estados Unidos da América, essencial para que o país possa continuar a ser “terra de liberdade e de acolhimento”.
“Não é um acaso, mas é providencial que a mensagem, mais, que o testemunho do Encontro Mundial das Famílias venha neste momento dos Estados Unidos da América, isto é, do país que no século passado chegou ao maior desenvolvimento económico e tecnológico, sem renegar as suas raízes religiosas”, declarou.
Francisco aludiu também ao seu discurso na sede da ONU, em Nova Iorque, onde convidou a comunidade internacional a “travar e prevenir as violências contra as minorias étnicas e religiosas e contra a população civil”.