O Papa iniciou esta Terça-feira, uma viagem de nove horas à Toscânia, região central da Itália, com uma visita à cidade de Prato, onde se quis encontrar com representantes do mundo laboral para afirmar a “dignidade” do trabalho.
“A sacralidade de cada ser humano exige respeito por todos, acolhimento e um trabalho digno. Trabalho digno”, insistiu.
Neste contexto, recordou a morte de sete imigrantes chineses nesta cidade italiana, cinco homens e duas mulheres, na sequência de um incêndio na zona industrial, há dois anos.
Francisco sublinhou que os imigrantes viviam em condições precárias, dentro do seu local de trabalho.
“É uma tragédia da exploração e das condições de vida desumanas. E isto não é trabalho digno”, denunciou.
A intervenção alertou para as consequências da “mentira” ou da “falta de transparência” na vida pessoal e da sociedade.
“A vida de cada comunidade exige que se combata até ao fim o cancro da corrupção, o cancro da exploração humana e laboral e o veneno da ilegalidade. Dentro de nós e juntamente com os outros, que nunca nos cansemos de lutar pela verdade”, apelou.
Francisco foi acolhido por milhares de pessoas na Praça da Catedral e saudou também aqueles que não puderam estar no local, como os “doentes, idosos e os presos”.
“Vim como peregrino, um peregrino de passagem, sim? É pouco, mas com boa vontade”, gracejou, a respeito desta paragem antes de seguir para Florença, onde decorre o 5.º Congresso da Igreja Católica na Itália.
O Papa desafiou os habitantes de Prato a não ficar “fechados na indiferença”, mas a abrir-se a todos, e disse que os católicos têm a obrigação de “arriscar” para anunciar a sua fé aos outros, seguindo pelos “caminhos acidentados de hoje”.
A Igreja, acrescentou, tem de “acolher quem está ferido e não espera mais nada da vida”.
“Para um discípulo de Jesus, nenhum vizinho pode tornar-se afastado”, assinalou Francisco.
O Papa deixou palavras de estímulo às iniciativas que visam a inclusão dos mais desfavorecidos, “num tempo assinalado por incertezas e medos”, promovendo “pactos de proximidade”.
Francisco concluiu com uma saudação aos jovens, para que não cedam “ao pessimismo e à resignação”.