Não existam portas blindadas na Igreja, diz Papa diz Francisco

Não existam portas blindadas na Igreja, diz Papa diz Francisco

Na audiência geral esta Quarta-feira, o Papa Francisco teve como tema da catequese: no limiar do Jubileu da Misericórdia.

O Santo Padre declarou que diante de nós, está a grande porta da Misericórdia de Deus, que acolhe o nosso arrependimento e nos oferece a graça do perdão. Do recente Sínodo dos Bispos, veio um grande encorajamento para todas as famílias e a Igreja inteira se encontrarem no limiar desta porta aberta – afirmou o Papa que formulou um encorajamento concreto a todos os fiéis:

“Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam… Todos somos pecadores! Aproveitemos deste momento que vem e passemos o limiar desta misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de esperar-nos! Olha-nos, está sempre ao nosso lado. Coragem! Entremos por esta porta!”

O Papa Francisco afirmou que existem lugares no mundo onde nunca se fecham as portas à chave, mas há tantos outros onde se tornou normal ter as portas blindadas.

A este propósito, o Santo Padre frisou que “o Jubileu significa a grande porta da Misericórdia de Deus mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar entrar o Senhor ou tantas vezes deixar sair o Senhor, prisioneiro das nossas estruturas e do nosso egoísmo”.

“Uma Igreja sem hospitalidade, assim como uma família fechada em si mesma, mortifica o Evangelho e desertifica o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja! Tudo aberto!” – afirmou o Papa Francisco.

É a “gestão simbólica das portas“ – continuou o Santo Padre – a gestão simbólica das “passagens” e das “fronteiras” que se tornou num assunto crucial. Uma Igreja inospitaleira, tal como uma família fechada em si mesma, atraiçoa o Evangelho e desertifica o mundo – declarou o Papa que afirmou que os cristãos são os guardiões e os servos da Porta de Deus que é Jesus. Se o guardião ouve a voz de Jesus, então abre e faz entrar as ovelhas todas que Ele traz, incluindo as que se extraviaram nos bosques e que o bom Pastor procurou até encontrar e trouxe aos ombros para o redil. Não é o guardião que escolhe as ovelhas, mas o bom Pastor. “A Igreja é a porteira da casa do Senhor e não a patroa da Casa do Senhor” – declarou o Papa Francisco.

Assim deve ser reconhecida a Igreja por toda a terra: como a guardiã de um Deus que bate à porta, como a rececionista de um Deus que não fecha a porta com a desculpa de que não somos de casa – disse o Papa concluindo a sua catequese.

Nas saudações o Papa Francisco saudou também os fiéis de língua portuguesa:

“Queridos peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros de Belém, João Pessoa, Olinda e Recife, de coração vos saúdo e desejo que a vossa vinda a Roma se cumpra com o espírito do verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir ainda o Bem maior, põe-se a caminho decidido a procurá-Lo! Sabei que Deus Se deixa encontrar por quantos assim O desejam. Sobre vós e vossas famílias desçam, em abundância, as bênçãos do Senhor.”

Nas saudações em italiano o Santo Padre recordou o Dia Mundial para os Direitos da Infância que se celebra a 20 de novembro.

“É um dever de todos proteger as crianças e antepor o bem delas a qualquer outro critério, para que jamais sejam submetidas a formas de escravidão e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade internacional possa vigiar atentamente sobre as condições de vida dos menores, especialmente onde são expostos a recrutamento por parte de grupos armados; assim como possa ajudar as famílias a garantir a cada menino e menina o direito à escola e à educação.”

O Papa Francisco a todos deu a sua bênção!