O Papa afirmou esta Quarta-feira, no Vaticano que o Jubileu da Misericórdia, iniciado esta terça-feira, quer responder às necessidade da Igreja e ao desejo de construção de “um mundo mais humano”.
“A necessária obra de renovação das instituições e das estruturas da Igreja é um meio que deve levar-nos a fazer a experiência viva e vivificante da misericórdia de Deus”, sublinhou, na audiência pública semanal que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
Um dia depois de ter aberto a Porta Santa na Basílica de São Pedro, Francisco falou num “momento privilegiado” para que a Igreja escolha “unicamente aquilo que mais agrada a Deus”, ou seja, o “perdão”.
“O que é que mais agrada a Deus? É perdoar aos seus filhos, usar de misericórdia para com eles, a fim de que possam por sua vez, como tochas acesas da misericórdia de Deus, usar de misericórdia e perdoar aos seus irmãos.
Numa época de “profundas mudanças”, a Igreja é chamada a dar o seu contributo, com “sinais visíveis da presença e da proximidade de Deus”.
“Este Jubileu é um tempo favorável para todos nós, fazendo-nos contemplar a Misericórdia Divina que ultrapassa todo e qualquer limite humano e consegue brilhar no meio da obscuridão do pecado, para nos tornarmos suas testemunhas convictas e persuasivas. Mas só será um tempo favorável, se aprendermos a escolher aquilo que mais agrada a Deus”, assinalou Francisco.
“A Igreja tem necessidade deste momento extraordinário. Não digo ‘é bom para a Igreja este momento extraordinário’. Digo que a Igreja tem necessidade deste momento extraordinário”, insistiu.
O Papa justificou a escolha da “misericórdia” como tema central de um ano santo extraordinário, num tempo de tantas preocupações, com a necessidade de combater “o egoísmo”.
“É preciso ter em conta que na raiz do esquecimento da misericórdia está sempre o amor próprio, o egoísmo. No mundo, isso toma a forma da busca exclusiva dos próprios interesses, prazeres e honras, juntamente com a acumulação de riquezas, enquanto na vida dos cristãos aparece muitas vezes sob a forma de hipocrisia e mundanidade”, advertiu.
Francisco convidou todos a reconhecer-se que como “pecadores” para reforçar, depois, “a certeza da misericórdia divina”.
Na parte final do encontro, o Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa.
“Saúdo-vos cordialmente a todos, nomeadamente aos membros da «Obra dos Filhos da Ressurreição», com votos de que, neste Ano Santo, possais fazer experiência da misericórdia de Deus para serdes testemunhas daquilo que mais Lhe agrada. Rezai também por mim! Deus vos abençoe!”, concluiu.