Quarta-feira, 13 de Janeiro, nesta audiência geral o Papa Francisco deu início a um ciclo de catequeses sobre a misericórdia segundo a perspectiva bíblica.
Falando com Moisés, o Senhor revelou-se como “Deus misericordioso” e foi assim que se apresentou – referiu o Papa Francisco.
Este é o seu nome, o rosto com que Se manifesta, o seu coração. A imagem que Ele nos dá de Si mesmo é de um Deus que se comove e enternece por nós, como uma mãe quando pega no seu filho ao colo, desejosa apenas de o amar, proteger, ajudar, pronta a dar tudo, inclusive dar-se a si mesma.
Deste Deus misericordioso, diz-se também que é “vagaroso na ira”, isto é, com grande capacidade de suportar. “Deus sabe esperar” – explicou o Santo Padre – “não é impaciente como os homens. Ele é como o agricultor que sabe esperar, deixa crescer o bom trigo e, por amor dele, não arranca sequer a cizânia.”
Deus é cheio de bondade e fidelidade. É grande e poderoso, sem dúvida; mas esta sua grandeza e esta sua força usa-as para nos amar a nós, tão pequeninos, incapazes e insignificantes. No seu grande amor, é Ele que dá o primeiro passo, sem atender aos nossos méritos humanos, com plena gratuidade. Sim, a solicitude divina é tão grande e tão forte que nada a pode deter, nem mesmo o pecado: é capaz de ultrapassar o pecado, vencendo o mal e perdoando as faltas. E isto sempre, numa fidelidade sem limites! – afirmou o Papa Francisco:
“Uma fidelidade sem limites: eis a última palavra da revelação de Deus a Moisés. A fidelidade de Deus nunca nos faltará, porque o Senhor é o Guardião que, como diz o Salmo, não adormece mas vigia continuamente sobre nós para nos conduzir à vida.”
“Deus é totalmente e sempre fiável. Uma presença sólida e estável. É esta a certeza da nossa fé. E, portanto, neste Jubileu da Misericórdia, confiemos totalmente nele, e experimentemos a alegria de ser amados por este “Deus misericordioso e piedoso, lento à ira e grande no amor e na fidelidade”.
O Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, saúdo-vos cordialmente a todos, com menção especial para o grupo do Brasil. Não nos cansemos de vigiar sobre os nossos pensamentos e atitudes para saborear desde já o calor e o esplendor do rosto de Deus misericordioso, que havemos de contemplar em toda a sua beleza na vida eterna. Desça, generosa, a sua Bênção sobre vós e vossas famílias!”
No final da audiência geral desta quarta-feira, 13 de Janeiro o Papa lançou um apelo pelas vítimas do atentado kamikaze de ontem em Istambul. Um atentado que, recordemos, fez 10 vítimas mortais, na sua maioria alemãs. O ataque foi reivindicado pelo auto proclamado ‘Estado Islâmico’. Eis as palavras do Papa:
“Antes de concluir este nosso encontro, em que reflectimos juntos sobre a Misericórdia de Deus, convido-vos a rezar pelas vítimas do atentado acontecido ontem em Istambul. Que o Senhor, o Misericordioso, dê paz eterna aos defuntos, conforto aos familiares, firmeza solidária à inteira sociedade e converta os corações dos violentos.”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção!