O Papa encontrou-se esta Quarta-feira com milhares de pessoas no Vaticano, para a audiência pública semanal, e alertou para a tentação de julgar os outros, colocando-se num patamar de superioridade.

“Quantas vezes dizemos: ‘Este é um pecador, fez isto e aquilo’, julgamos os outros? Mas, e tu? Cada um de nós deveria perguntar-se: ‘Sim, aquele é um pecador, mas, e eu?”, sustentou.

Depois de ter percorrido a Praça de São Pedro em papamóvel, Francisco prosseguiu o seu ciclo de reflexões sobre a misericórdia, no ano santo jubilar, desta feita centrando-se na figura de Jesus.

“Todos somos pecadores, mas todos somos perdoados: todos temos a possibilidade de receber este perdão que é a misericórdia de Deus”, assinalou.

O Papa observou, a respeito da morte de Jesus, que ninguém tem motivos para ter medo de se confessar pecador.

“Não devemos temer as nossas misérias: e cada um de nós tem as suas. O poder inexaurível de amor do Crucificado não conhece obstáculos e nunca acaba. Esta misericórdia elimina as nossas misérias”, precisou.

Jesus Cristo, acrescentou, trouxe o ‘Evangelho da misericórdia’, é a misericórdia de Deus “feita carne”, que se manifestou “curando os doentes, perdoando os pecadores”.

“Ele manifestou-se como Messias que assume a condição humana, movido pela solidariedade e pela compaixão”, sublinhou.

Francisco observou que Jesus não trouxe “o ódio, a inimizade”, mas “um amor grande, um coração aberto a todos”, comunicando a misericórdia de Deus que é “perdão, alegria, vida nova”.

“Se acolhermos o Evangelho do Crucificado Ressuscitado, toda a nossa vida será plasmada pela força do seu amor que renova”, concluiu.

Após a catequese, o Papa dirigiu as tradicionais saudações aos peregrinos de várias línguas, incluindo os lusófonos.

“Desejo-vos neste Ano Jubilar a graça de experimentar a força do Evangelho da misericórdia que transforma, que faz entrar no coração de Deus, que nos torna capazes de perdoar e olhar o mundo com mais bondade. Assim Deus vos abençoe a vós e às vossas famílias”, disse.